Nas últimas décadas, Portugal mudou. Mal fora se tivesse parado no tempo. As mudanças que se deram foram transversais à maioria das áreas. Verificou-se uma verdadeira mudança de mentalidades nalguns aspectos. E se é certo que durante algumas décadas se apurou um considerável crescimento económico, acompanhado de uma melhoria das condições de vida, não menos certo é que a nossa Sociedade caminha cada vez mais para um individualismo exacerbado. Além disso, há a registar igualmente uma quebra nos valores que a sociedade assumia como seus. Talvez estes 2 aspectos, de certa forma se complementem, na medida em que alguém despreocupado com uma comunidade que o/a rodeia, será capaz de esquecer regras morais que deveriam vingar na sociedade. Já vingaram, no entanto, porque consideradas, muitas vezes, desadequadas ou retrógradas, foram caricaturadas e abandonadas. A responsabilidade, o compromisso, a ajuda dedicada e desinteressada nem sempre são fáceis de encontrar. Por oposição, o facilitismo e a incompetência mostram-se mais presentes. Nem é preciso esforçarmo-nos muito para pensarmos em casos em que tal se verifique; basta ligar um televisor, praticamente a qualquer hora do dia, num qualquer canal generalista. Temos apresentadores que não respeitam o seu público. Tratam-no, quase como iletrado (a “culpa”, provavelmente nem será tanto das emissoras, mas do facto de Portugal apresentar uma taxa de iliteracia que ronda os 50%). Nos jogos de casa dizem as palavras nas quais os telespectadores têm de acertar, rebolam no chão e falam como se estivessem num mercado. A verdade é que as pessoas seguem estas senhoras e estes senhores como modelos e o modelo que lhes é apresentado não é de todo aceitável. Infelizmente, os espectadores aceitam… Aceitam que um apresentador de televisão rebole no chão, se descalce durante a emissão e chegue ao cúmulo de comer azeitonas e tirar caroços ao seu parceiro de apresentação. Isto para não referir já os momentos em que os apresentadores falam para a régie (que lhes responde para o auricular), como se estivessem a falar para um convidado qualquer à sua frente.
Pior que este cenário só mesmo os reality shows, que apresentam pessoas ávidas de fama, com um currículo de escândalos que dão a conhecer de bom grado. O propósito será o de conseguir ser conhecido, a qualquer custo. Infelizmente, as pessoas identificam-se ou tendem a identificar-se com estes supostos modelos. Pior: tendem a segui-los. Por que motivo haveria alguém de querer ser um intelectual como Sartre, um génio como Einstein, ou um artista como Picasso, se pode muito mais facilmente ser um concorrente de um qualquer Big Brother que por esse mundo fora prolifera?
Infelizmente, vivemos numa sociedade desnorteada, que busca um apetite televisivo de gosto muito duvidoso. É do pior “fast food” que podemos assistir e para nosso mal é aquele que mais audiências apresenta. E, dado que a televisão produzirá o que lhe der mais audiências, só parará quando estes programas não forem mais rentáveis. Todavia, à medida que o tempo vai passando e os telespectadores vão assistindo a este tipo de programas, vão-se estupidificando. A solução está em nós. Nós temos o comando na mão e temos o poder de decidir que não queremos mais consumíveis de fraca qualidade, porque, afinal, se um pudim de peixe, um rolo do carne ou um bacalhau com batatas a murro dão muito mais trabalho, a verdade, porém é que são muito mais saborosos e saudáveis!
Pior que este cenário só mesmo os reality shows, que apresentam pessoas ávidas de fama, com um currículo de escândalos que dão a conhecer de bom grado. O propósito será o de conseguir ser conhecido, a qualquer custo. Infelizmente, as pessoas identificam-se ou tendem a identificar-se com estes supostos modelos. Pior: tendem a segui-los. Por que motivo haveria alguém de querer ser um intelectual como Sartre, um génio como Einstein, ou um artista como Picasso, se pode muito mais facilmente ser um concorrente de um qualquer Big Brother que por esse mundo fora prolifera?
Infelizmente, vivemos numa sociedade desnorteada, que busca um apetite televisivo de gosto muito duvidoso. É do pior “fast food” que podemos assistir e para nosso mal é aquele que mais audiências apresenta. E, dado que a televisão produzirá o que lhe der mais audiências, só parará quando estes programas não forem mais rentáveis. Todavia, à medida que o tempo vai passando e os telespectadores vão assistindo a este tipo de programas, vão-se estupidificando. A solução está em nós. Nós temos o comando na mão e temos o poder de decidir que não queremos mais consumíveis de fraca qualidade, porque, afinal, se um pudim de peixe, um rolo do carne ou um bacalhau com batatas a murro dão muito mais trabalho, a verdade, porém é que são muito mais saborosos e saudáveis!
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