sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Apenas uma nota

Durante este fim-de-semana, farei uma análise do documentário de Obama, bem como do ritmo final de cada uma das campanhas eleitorais.

Uptades

O programa da RTP pode ser visionado aqui.
O "documentário" de Obama, passado em diversas televisões americanas pode ser visto a seguir. Na maioria dos canais, este programa obteve mais audiência, comparativamente com o programa da semana anterior.


quarta-feira, 29 de outubro de 2008

"A caminho da Casa Branca": Informação Especial RTP


Hoje, às 21 horas!

«De 4 em 4 anos a América escolhe um novo inquilino para Casa Branca. O homem que vai ocupar o cargo político mais poderoso do mundo.John McCain e Barack Obama estão em campanha há praticamente dois anos. Uma verdadeira maratona que permitiu aos eleitores conhecerem as propostas políticas e o percurso pessoal dos candidatos: da experiencia limite de McCain no Vietname às raízes africanas de Obama”.O próximo Presidente vai enfrentar enormes desafios e as suas decisões terão um impacto global.Por isso a eleição de 2008 foi seguida com tanto interesse tanto pelos cidadãos americanos como no mundo inteiro.Os Estados Unidos têm duas frentes de guerra no Iraque e no Afeganistão, e testes diplomáticos difíceis com a Rússia, a China e o Irão.No plano económico, enfrenta a ameaça de uma recessão.Em Novembro de eleitores irão fazer história. Ou escolhem o primeiro Presidente negro ou, pela primeira vez, uma mulher como vice-presidente.A nova administração entra em funções a 20 de Janeiro de 2009. Depois de dois mandatos de George Bush,a América espera que o novo Presidente, seja Obama ou McCain, traga uma nova agenda para a América.A reportagem conta o perfil dos candidatos, mostra os momentos mais importantes da campanha e analisa os maiores desafios que o novo Presidente vai enfrentar.»

Ponto de Situação: Sondagens

E, por falar em sondagens, fica aqui um ponto de situação feito pela CBS.


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McCain: "Ignorem as sondagens!"

John McCain está atrás nas sondagens nacionais há muito tempo e, por isso, cada vez McCain deve pensar que precisa de um milagre para entrar na Casa Branca a 21 de Janeiro. Há algum tempo atrás havia sido referido que era sugerido a Palin que não visualizasse as notícias, de modo a não ficar "deprimida". Creio, por isso, que a campanha de McCain está sem rumo.


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McCain precisa de vencer na Pennsylvania, de modo a concretizar o cada vez mais difícil objectivo que é vencer as eleições, daqui a menos de uma semana. Com efeito, o candidato tem passado aí muitos dias da sua campanha, durante as 2 últimas semanas. Já Obama esteve no Estado 2 dias, acompanhado de Bill Clinton.
Entretanto, no GOP ("Great Old Party" - Partido Republicano) já se começa a pensar no que se seguirá a seguir às eleições. Pode dizer-se que o partido se está a consciencializar que uma vitória é extremamente difícil. Também se começa a pensar num destino para Palin que, provavelmente, quererá candidatar-se em 2012, segundo alguns assessores de McCain. Se assim for, Palin não poderá parar durante estes próximos 4 anos.
O desespero de McCain também se faz sentir nos ataques negativos que faz a Obama. Muitos deles não correspondem à verdade, como a sugestão do socialismo.

Too many ad's!


Barack Obama irá hoje à noite gastar boa parte do dinheiro que tinha disponível, com documentários de 30 minutos nalguns dos maiores canais americanos: CBS, NBC, MSNBC, Fox, BET, TV One e Univision (este último é um canal hispânico). Estima-se que o custo desta mega-campanha de markting deverá rondar os 3,5 a 5 milhões de dólares.
A CNN e a ABC não aceitaram a oferta de, durante os 30 minutos passarem spots publicitários, em forma de documentários, elaborados pela campanha de Obama. Para a CNN, é melhor continuar com a programação definida, cumprindo o papel informador da campanha.
A campanha republicana critica o gasto excessivo da campanha democrata e atacou já com um anúncio de 30 segundos. Nesse anúncio a campanha republicana acusa o democrata de ter pouca experiência para resolver a questão económica e diz que Obama "faz discursos bons", mas na prática não concretiza. Além disso, houve igualmente um crítica pelo facto de um jogo de baseball, com transmissão em directo na FOX ter sido adiado 15 minutos, para que o anúncio de Obama pudesse passar na estação televisiva.
O milionário independente Ross Perot foi o único candidato que fez algo do género, em 1992, embora não tivesse sido num tempo tão próximo da eleição. Importa, também, referir que há 16 anos os media não estavam desenvolvidos o suficiente para haver canais por cabo.
Até este momento Obama já gastou 205 milhões de dólares em anúncio televisivos e McCain despendeu 119 milhões, consideravelmente menos.
Para hoje à noite a estratégia de Obama terá que ver com a "publicidade" gratuita de amanhã, nos espaços noticiosos, fazendo referência ao seu "documentário".
Esta será uma prova do que o dinheiro pode fazer numa campanha.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Finaciamento da Campanha

Nesta reportagem da CBSnews, percebemos quais são as proporções de financiamento da campanha de Obama. Na verdade, Obama é o político que mais dinheiro arrecadou desde sempre: cerca de 603 mil milhões de dólares, quase o dobro de McCain, que se fica pelos 358 mil milhões.
Segundo Obama, 90% das suas contribuições são de pequenos dadores. E, de facto, os candidatos apresentaram listas, contudo, dado que aparecem muitos "anónimos" na lista coloca-se a questão da transparência.
Quanto à questão das empresas, a Golden Sachs contribuiu com 740 mil dólares para a campanha democrata e 220 mil para a campanha republicana; citibank, Lehman Brothers e JP Morgan Chase são outras empresas que contribuiram mais para a campanha democrata, do que para a republicana. Nalguns casos, a contribuição destas empresas para Obama é cerca de 2 vezes aquela que foi para McCain.
Entretanto, os democratas sentem-se mais optimistas e investem em Estados que deram a eleição a Bush, há 4 anos e os republicanos sentem-se obrigados a defendê-los, o que pode demonstrar um certo desespero.

Reacções ao veredito de Stevens

O senador republicano do Alasca, Stevens, foi considerado culpado de corrupção, envolvendo empresas petrolíferas. Palin afirmou que era um dia triste para o povo do Alasca e lembrou que ela sempre tentou lutar contra estes lobbies. Na verdade, a Governadora, vetou propostas de 500 milhões e gastos excessivos.
Stevens diz-se inocente e diz que o vai provar.
McCain pediu que se demitisse.

2 "cabeças rapadas" queriam matar Obama

Por algum motivo, Barack Obama desde as primárias, mais ou menos em Janeiro deste ano, que tem o FBI a protegê-lo. O candidato democrata é favorito na eleição de Novembro e, apesar da sociedade americana não ser tão racista, como era no tempo de Martin Luther King, ainda há extremistas e defensores da ideologia nazi.
os 2 "cabeças rapadas" queriam Obama morto, por uma questão racial. Pretendiam atirar para matar 88 negros e decapitar outros 14. Os números não foram escolhidos ao acaso: 88, porque a oitava letra do alfabeto é o "H", de "Heil Hitler" e 14, pela frase nazi, apelando à manutenção da "raça germânica".
O plano não terá sido consistente, pois os 2 autores do plano, que estavam dispostos a fazer um ataque suícida, terão assaltado uma loja de armas e, posteriormente, após a sua captura terão confessado.
Já antes da Convenção de Denver se tinha assistido a uma planificação de assassinato de Obama.

domingo, 26 de outubro de 2008

A "diva" Palin: Conflitos na campanha republicana?

Imagem CNN

Acessores da campanha republicana caracterizaram Palin como sendo uma "diva". Contudo, o que à primeira vista pode parecer um elogio não é.
De facto, alguns acessores focam o facto de Palin ter fugido à mensagem da campanha, por exemplo com o incidente das "robo-calls". Alguns acessores criticam a "running mate" de John McCain, por "fugir à mensagem", não aceitar conselhos de ninguém, nem mesmo da sua família e estar mais preocupada no seu futuro e não na eleição de 2008. Há quem diga que Palin está já a pensar em 2012.
Hoje, em FORT WAYNE, Indiana , Palin comentou, uma vez mais a sua entrevista com Couric, referindo que as questões colocadas pela jornalista não eram importantes para o contexto nacional e, ironizando, declarou que gostou da questão sobre o seu filme preferido.
Em primeiro lugar, penso que é normal que os entrevistadores façam deste tipo de questões, para que os entrevistados fiquem à-vontade. O que não é normal é a entrevista ter corrido mal, de acordo com Palin, por causa da entrevistadora! As questões feitas tiveram que ver com assuntos de interesse, as respostas é que foram completamente desajustadas, nalguns casos, se é que não foram mesmo autênticas trapalhadas, pois há uma questão que Palin pura e simplesmente não consegue responder e começa falar dos impostos, da saúde e de tudo e mais alguma coisa, de maneira muito confusa. Para justificar uma má entrevista desta maneira, mais valia não ter dito nada.
Entretanto, em todos os comícios, onde Palin marca presença existe uma música de Hank Williams, "McCain-Palin tradition".
A certa altura a música troca o ticket: "Palin-McCain tradition". Mais um episódio que leva algumas pessoas a pensar que Palin já não está interessada em 2008. Neste caso, porém, não sei se se poderá culpar a Governadora pelo sucedido.
Aconselho este artigo da CNN e estoutro.

Biden explica os comentários que fez

Imagem CNN

Em campanha em DANVILLE, Virginia, no dia 24 de Outubro, Joe Biden explicou o que quis dizer quando, numa acção de angariação de fundos, declarou que Obama seria testado, nos primeiros 6 meses do ano, tal como John Kennedy fora, e que poderia parecer que algumas medidas tomadas por uma Administração Obama não seriam as correctas.
Recordo que Obama reagiu às declarações, referindo que se tratava apenas de um tom de retórica ("floreado"). Do lado oposto, McCain aproveitou bem o momento para dizer que a América precisa de um presidente que já tenha sido testado; por outras palavras que tenha experiência. Por uma necessidade de esclarecimento, Biden respondeu a McCain, dizendo que já existe um crise internacional e que as medidas propostas pela campanha de McCain no plano económico não são credíveis. Biden diz que "ele [Obama] está correcto [no plano económico], John [McCain] está errado".
Biden também argumentou que qualquer presidente, seja ele democrata ou republicano, será sempre testado no início do mandato.
Para concluir a maior preparação de Obama para ser presidente, quando comparado com McCain, Biden reforçou que mesmo em matérias internacionais, McCain está errado, no que diz respeito ao Iraque, Afeganistão e Coreia do Norte.

sábado, 25 de outubro de 2008

Sondagem CNN: Influência da raça e da idade na eleição

Uma sondagem da CNN sugere que a idade dos candidatos terá um maior impacto na decisão dos eleitores, que a raça. Recordo que especialmente no 2.º debate presidencial, em formato "Town Hall", a percepção dos eleitores foi a de um candidato republicano cansado, a andar de um lado para o outro e a de um vigoroso democrata.
De acordo com a CNN, a raça não é, para 70% dos inquiridos, um assuntos importante. 5% consideram que é muito importante e 11% pensam que é dos factores mais importantes. Do lado oposto, 13% afirmam ser um factor menor. Apesar deste resultados, não se pode concluir que Obama sairá prejudicado, pois se há americanos que não votam no ticket democrata por Obama ser negro, há outros que votarão apenas pelo mesmo motivo. A percentagem dos que o farão ronda o mesmo valor em ambos os casos.
Quanto à idade, 3% dizem que é um factor muito importante no seu voto e 19% consideram ser um dos aspectos mais importantes. Contrariamente, 25% pensam que é um facto menor.
Deve-se, contudo, referir que é difícil, por vezes, avaliar se as pessoas estão a dizer a verdade ou não. Espera-se que um efeito Bradley não se repita. O voto consciente não é o que é baseado na raça.

Como se pode ver nesta peça da CBS, o "efeito Bradley" deve o seu nome a um candidato a "mayor" de Los Angeles, em 1982. Estava à frente nas sondagens, mas perdeu no dia da eleição. Pensa-se que foi por ser negro. As pessoas não admitiam que eram racistas, nas sondagens, mas no dia da eleição, não votaram no candidato.



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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Sondagem CBS: Más notícias para McCain

Esta sondagem é importante, pois dá vantagem de 13 pontos a Obama, ao mesmo tempo que os apoiantes de McCain, maioritariamente, consideram que será difícil chegar à Casa Branca. Para piorar, 75% dos entrevistados consideram que Obama tem uma personalidade presidencial, contral 50% que pensam o mesmo de McCain. O candidato republicano só surge à frente de Obama quando a questão reside na preparação do candidato para o cargo. 64% consideram que McCain está preparado. Já 56% dizem o mesmo de Obama. Contudo, se analisarmos os dados de há um mês atrás verificamos que a percentagem de entrevistados que o diz é inferior (menos 7%) para McCain e superior para Obama (mais 8%). Isto demonstra o quanto a crise de Wall Street veio favorecer o candidato democrata.
Percebe-se, ainda, que 52% dos americanos identificam o candidato democrata com a classe média. Com McCain, 39% identicam-no com a classe alta.
Esta é uma situação difícil, pois mesmo com os Estados onde existe um "empate técnico" entre os candidatos, McCain não reuniria, no mínimo, os 270 delegados exigidos.



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Entrevista de Obama à CBS

Nesta entrevista à CBS, Barack Obama falou das suas medidas para a Presidência dos EUA: diminuição dos impostos, sistema de saúde, energia, economia e Iraque. Referiu que existe um grande entusiasmos em torno da sua campanha. Não disse "Penso que vou ganhar", mas demonstrou a sua confiança numa vitória. Esclareceu a afirmação de Joe Biden, sobre a sua preparação para vir a ser Presidente dos EUA e caracterizou Hillary Clinton como sendo uma "querida amiga e uma grande apoiante".


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Após John McCain, Harry Smith entrevistou Barack Obama, numa entrevista que me pareceu mais vazia de conteúdo, em parte pela maneira como foi organizada. Pareceu-me que o jornalista da CBS acabou por não aproveitar convenientemente o tempo. Esta entrevista durou menos 2 minutos que a de McCain, que havia durado cerca de 15 minutos e, dado que no final é mostrado um vídeo, as resposta objectivas do candidato são inferiores.
Obama começa por referir que a campanha está a correr bem. Com efeito, o candidato democrata, mais do que qualquer outra pessoa apercebe-se de todo o entusiasmo, em parte traduzido pelos cheques depositados, de que a sua campanha tem sido alvo. Obama afirma que a principal preocupação dos americanos é a economia, sublinhando a necessidade de mudar de direcção, nesta matéria. Neste contexto classifica Hillary Clinton como uma "querida amiga e uma grande apoiante". Como Hillary Clinton já havia referido, os democratas já conseguiram resolver estes problemas económicos, com Clinton e vão conseguir resolvê-los novamente, com Obama. Talvez este seja um gesto de agradecimento ao empenho da ex-candidata na campanha democrata e, não esquecendo este aspecto: um apelo ao voto dos eleitores de Clinton.
A governação de Obama deverá incidir, de acordo com o próprio, numa redução de impostos, mesmo tendo Obama alterado o seu plano de impostos alguns dias antes das eleições, como se verifica no Fact Check da CNN. Obama promete, ainda, um sistema de saúde para todos os americanos e diz ser a energia e a economia as suas prioridades. O candidato democrata admite uma vitória, embora não explicitamente, ao explicitar que a sua campanha está rodeada de entusiasmo.
Relativamente à sua ausência da campanha, devido ao estado de saúde da avó, o senador do Illinois admitiu que tem um grande carinho pela sua avó que o ajudou a criar, pelo facto de a sua mãe ter sido mãe solteira. A mãe de Obama já faleceu e Obama não a viu nos últimos momentos, uma vez que não pensou que a doença fosse muito grave e tivesse um desfecho tão inesperado. Por isso, manifestando o seu arrependimento, disse que não queria cometer o mesmo erro duas vezes. Obama diz que quem não se preocupa com a sua própria família não se preocupa com os americanos.
Esclarecendo as afirmações de Joe Biden, Barack Obama disse que foi testado, durante os últimos meses, no entanto, devido aos problemas que a América enfrenta o próximo presidente será, inevitavelmente, testado.
Comentando o tom rancoroso da campanha, o candidato refere que não existe uma analogia com o que a sua campanha está a fazer e o que McCain fez. Obama conclui que por algum motivo 2 em cada 3 americanos considera a campanha de McCain negativa. Por isso, terá de haver um esforço no sentido de unir todos os americanos.
O final da entrevista está reservado para o vídeo, mas antes de se chegar aí, Obama diz que os americanos merecem um Governo melhor, que transmita decência para com as futuras gerações. Obama admite vir a trabalhar com os republicanos, caso vença, pois os americanos merecem o melhor Governo (McCain já havia admitido um Governo de cooperação, com a inclusão de alguns democratas nalguns gabinetes, devido ao facto de alguns problemas necessitarem de uma resolução conjunta, como seja o caso das alterações climáticas). O candidato democrata refere, ainda, que está satisfeito com a sua equipa de campanha.

Análise geral do conteúdo da entrevista:
A meu ver, esta entrevista foi mal conduzida. As poucas questões não focaram matérias importantes. Poder-se-iam ter aprofundado mais alguns assuntos. Não apreciei o pedido final de Harry para que Obama dissesse que aprovava o vídeo feito. Pareceu-me um pouco falta de isenção, na medida em que pelo sorriso do entrevistador, se percebia uma preferência por Obama. Penso que a estrutura das 2 entrevistas devia ter sido idêntica, pelo que não se deveria ter perdido tempo com um vídeo, mas antes haver um questionamento do candidato, sobre aspectos concretos e importantes.
Apesar de não concordar a 100% com Obama penso que é este candidato que reune uma melhor proposta económica (a maioria dos economistas considera que a proposta democrata é mais coerente) e ambiental (McCain propõe, no seu projecto energético, a construção de centrais-nuclerares; Obama debruça-se mais sobre as energias renováveis). Em medidas relacionadas com o aborto, por ecemplo, não concordo com Obama.
Penso que será Obama que vencerá as eleições, mas aconselharia alguma cautela a 2 semanas das eleições. Às vezes, quando se atiram os foguetes cedo de mais, já não há festa, por isso deve continuar a existir um empenhamento, no sentido de cativar mais eleitores e tentar vencer por uma margem mais confortável.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Reflexões sobre a "campanha negativa" (2)

McCain e Obama têm protagonizado uma campanha muito negativa. A minha percepção é que McCain é que está a fazer a campanha mais negativa, mesmo que Obama gaste mais dinheiro (porque tem mais) em anúncios negativos.
O que acontece é que McCain se centra quase em pontos que não interessam: Ayers, voto feminino, etc.
Entretanto, McCain tem citado Obama, descontextualizando as frases e, mais recentemente, a sua linha de ataque tem sido a perda de empregos que existiria, devido ao plano de impostos de Obama. De acordo com a CBS, o plano de Obama de melhoramento de infra-estruturas criará 2 milhões de empregos e o plano das energias alternativas (confesso que não percebo muito da questão económica, mas pelo que tenho lido parece um plano ambicioso) prevê uma criação de 5 milhões de empregos.
A resposta de Obama é que McCain quer "maquilhar" o seu plano, fazendo-o parecer mau e, desse modo atacá-lo. Em baixo temos um "Reality Check" da CBS.



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Palin apela ao voto feminino


Se nunca houve uma afirmação por parte da campanha republicana, referindo que a candidata escolhida por McCain foi escolhida, apenas por ser mulher, quase que há agora.
Sarah Palin, em campanha em HENDERSON, Nevada , fez um discurso totalmente voltado para as mulheres. Falou em Geraldine Ferraro e em Hillary Clinton.
A crítica à campanha adversária fez-se sentir quando Palin referiu que Obama defendia uma igualdade entre os sexos, mas as mulheres que trabalham na sua campanha recebem menos que os homens.
A resposta da campanha democrata não negou a crítica, mas referiu que Obama tem muitas mulheres que o aconselham.
Palin esta-se a virar para as mulheres. Isto acontece, pois a percentagem de mulheres que pretende votar em McCain está a diminuir, em alguns Estados, de acordo com a CNN. Ao mesmo tempo, Palin pretende que apoiantes de Hillary Clinton a apoiem, como algumas já o fizeram. Recordo apenas o anúncio que saiu após a escolha de Palin: uma apoiante de Clinton a dizer que passara a apoiar McCain. Como disse Clinton na altura: "I'm Hillary Clinton and I do not approve that message.".
Acredito que haja muitas pessoas que votem em McCain, por Palin ser mulher, outras em Obama por ser negro, ou não votam nele pelo mesmo motivo, mas penso que uma responsabilidade cívica das pessoas não o deveria permitir. De que serve ter-se um mau presidente, se se votou nele, só por uma característica física ou de género?

McCain admite estar a fazer "robo-calls"


Há várias maneiras de fazer campanha, de maneira perceptível ou imperceptível. Todos podemos manifestar a nossa opinião sobre os anúncios ou as citações fora de contexto, mas quando estes ataques não são feitos às claras não se tem exactamente a certeza se existirão ou não.
As "robo-calls" são da pior técnica negativa que há. Correspondem a chamadas telefónicas feitas para casa de pessoas, normalmente de battleground states. O conteúdo destas chamadas costuma ser falso e extremamente manipulativo. O objectivo é mudar a percepção do eleitor sobre determinado candidato e convencê-lo a votar no adversário, muitas vezes de forma imperceptível, ou seja a pessoa que atende o telefone pode não saber que estão a ligar de uma campanha, uma vez que o interlocutor se pode apresentar como de uma empresa de sondagens, por exemplo. Faz uma série de questões. Algumas apelam ao nosso inconsciente, e podemos passar a demonstrar falta de confiança em determinado candidato. Assim, pode questionar-se, por exemplo: "Votaria em Obama se soubesse que ele manteve ligações terroristas?".
A verdade é que Sarah Palin afirmou que não aprecia muito a estratégia das "robo-calls". Não a condenou, mas deu a entender que o uso é, na sua opinião, incorrecto. Também deu a entender que a campanha republicana está a fazer essas chamadas.
Na entrevista à CBS, John McCain diz que as chamadas estão a ser feitas e não são mentira (McCain diz que Obama teve contacto com terroristas, aos 5:30 minutos, mais ou menos), apesar de Obama também as fazer. Percebe-se aqui que McCain faz este tipo de chamadas.
Entretanto Joe Biden já criticou a campanha republicana que acusou de estar a semear a separação dos americanos.
A meu ver, estas estratégias eleitorais são completamante de lamentar; ultrapassam todos os limites e demonstram uma falta de carácter tal que seria impensável ter no governo de uma nação alguém que fosse capaz de fazer tudo por tudo para ganhar eleições.
Estas estratégias, como diz Biden, são também perigosas. A verdade é que há pessoas, em ambos os lados, que são fundamentalistas. Por isso cenas de racismo podem acontecer, assim como tentativas de barragem de passagem.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Entrevista de McCain à CBS

John McCain concedeu uma entrevista à CBS. Nela, o candidato republicano à Casa Branca fala da campanha negativa, da economia e da criação de emprego; reitera a sua confiança em Palin e diz que está bem de saúde, fazendo referência à sua condição genética: a sua mãe tem 96 anos. McCain critica a campanha adversária, principalmente no que diz respeito aos fundos que possui.


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John McCain diz estar seguro que irá ganhar as eleições, dentro de 2 semanas, no entanto considera que não é o fim do Mundo se tal não acontecer. Segundo McCain ainda há muitos indecisos (e é assim em todas as campanhas) que irão decidir as eleições.
McCain diz que Obama está a fazer a campanha mais suja da América (interessante dizer isto, não é?), uma vez que é o candidato que mais dinheiro gastou em publicidade negativa. O senador do Arizona aproveita a deixa para criticar Obama por não ter aceite o financiamento público. Diz McCain que Obama se tinha comprometido a fazê-lo, caso McCain também o fizesse. O reultado é, e aqui McCain apenas faz uma constatação, fundos quase ilimitados. Veja-se como mês, após mês Obama bate novos recordes em financiamento da sua campanha. Segundo McCain, "a vida é injusta", mas, apesar disso, é ele que irá reformar Washington, principalmente na questão do financiamento eleitoral. McCain diz que o financiamento público está à disposição dos candidatos, para evitar corrupção no financiamento. Existe aqui uma sugestão que Obama estará a aceitar financiamento ilegal. McCain diz que não há transparência na campanha de Obama e, como podemos ler aqui, na politica2008, um dador só a partir dos 200 dólares é que tem de preencher um formulário. O que poderia acontecer era um dador doar várias vezes 150 dólares, por exemplo.
A propósito de Sarah Palin, McCain diz que não concorda 100% com a Governadora, mas diz que as pessoas sentem a sua intensidade na campanha e, por isso, diz-se orgulhoso dela. O candidato tece elogios à sua “running mate” e diz que é a Governadora com mais popularidade dos EUA, demonstrando muita experiência executiva.
Questionado sobre Ayers, McCain muda o discurso e diz que o que interessa às pessoas é a Economia e a criação de emprego. Dá o (mau) exemplo de “Joe, the plumber”, para dizer que os americanos sairão prejudicados com o sistema de impostos de Obama. Neste contexto, o jornalista faz a brilhante questão: “Mas então Obama é socialista?”, recordando as críticas feitas pela campanha republicana.
Ainda na questão económica, McCain diz que se deve evitar o gasto excessivo, algo que, de acordo com o Senador do Arizona, irá aumentar com Obama.
O candidato republicano refere, ainda, que está bem de saúde e tem a mãe com 96 anos, por isso os americanos não têm de se preocupar com ele, mas antes com a Economia e com a Educação.
Questionado sobre uma eventual diferença na sua personalidade (
cf. retrospectiva da campanha 2), McCain responde que está mais sério; este não é um momento para brincadeiras, pois a classe média está a preocupar-se com a economia e com as casas.
McCain termina mencionado Biden e o teste que virá para Obama, caso ele seja eleito. McCain diz que ele já foi testado.

Sarah Palin: “Barack the Wealth Spender”


Sarah Palin esteve a fazer campanha em GRAND JUNCTION, Colorado.
Sabe-se que um dos objectivos de McCain é sar a entender que uma Administração Obama irá aumentar os impostos, por isso essa é uma das linhas de ataque da capmanha republicana. Houve uma invocação a "Joe, o canalizador", que sonhava demasiado alto, para Obama.
Palin chegou mesmo a dizer que Obama "revistou" o passado de Joe, de modo a poder atacá-lo.
De modo a poder fazer uma aproximação com os americanos, a "running mate" de John McCain afirmou que "Phil, o pedreiro", ou "Rose, a professora", ou "Tito, o construtor" não perceberiam o plano de impostos proposto por Obama.
Parece-me um pouco desonesta esta bajulação das massas. Posso compreender que um imigrante colombiano (Tito, o construtor) sonhe e cumpra o "american dream" e, quiçá, consiga chegar aos ditos 250 000 dólares por ano, para pagar mais impostos. Parece-me quase impossível, mas quem sabe? Agora, a professora Rose, por exemplo? Como ganharia tanto dinheiro por ano?
"Joe, o canalizador" fez uma pergunta traiçoeira a Obama, pois, como disse mais tarde, não pretende adquirir nenhum negócio e tem, inclusive, impostos em atraso. Parece-me que se está aincutir um medo nas pessoas de aumento de impostos. Tenho a certeza que se o aumento proposto pela equipa de Obama visasse 20% da população, por exemplo, a Economia americana talvez não estivesse tão mal. A proposta é justa: os mais ricos, 5% da população verão a sua contribuição para o Estado aumentar; a classe média, afogada em dívidas, em parte porque consumiu desalmadamente, terá uma "folga".

3 Curtas sobre Obama, Clinton e Palin

1) Obama irá sair da campanha, durante 5.ª e 6.ª feira, para ir ao Havai, visitar a sua avó. Ela encontra-se num estado muito debilitado. Sabe-se da admiração que Obama tem pela sua avó: Barack Obama diz que se hoje é o que é, em parte o deve a ela, que fazia sacrifícios para melhor o poder educar.

2)
Hillary Clinton, pela 1.ª vez desde a Convenção Democrata, juntou-se a Barack Obama, na Flórida, Estado que a Senadora de Nova Iorque venceu nas primárias. Hillary pediu o voto em Obama; pediu que as pessoas fizessem tudo por Barack Obama, quanto o que tinham feito por ela nas primárias, de modo que Obama vença nesse Estado, em Novembro, dentro de 2 semanas.
Obama elogiou Clinton, pelas "barreiras que ajudou a destruir", no que diz respeito à discriminação sexual.

3)
A caravana de Sarah Palin sofreu um incidente. Um grupo de pessoas tentou bloquear-lhe a passagem, ontem, no Colorado. Dizem-se contra a guerra no Iraque e apoiam Obama. Já foi instaurado um processo. A polícia está a rever cassetes gravadas e está a tentar identificar os suspeitos. Com a campanha a chegar ao fim e o tom negativo, vindo de ambas as campanhas, não sei se a campanha republicana não insinuaria uma ligação com Obama, como com Ayers...

«It may not be immediately “apparent” that an Obama administration’s actions were the right ones» Biden

Imagem BBC

Como já havia feito referência neste blog, Obama reuniu em Setembro, 150 milhões de dólares.
As sondagens apontam-no como claro vencedor das presidenciais a poucas semanas da eleição. Apesar destes factos, a campanha democrata continua empenhada em reunir fundos. De facto, um assessor de campanha havia dito que não queriam chegar ao dia 5 de Novembro, com a sensação que poderiam ter feito mais, para a ganharem (caso não a ganhem, claro). Por estes motivos, não é de estranhar que as acções de angariação de fundos continuem.

O Senador Joe Bide, "running mate" de Obama, numa dessas acções disse, não sabendo que a imprensa estava presente, que durante os primeiros meses do seu mandato, algumas políticas poderão parecer que não são correctas e que servirão para testar o novo presidente.
McCain aproveitou a deixa para atacar o ticket, repetindo a sua argumentação, em termos de política externa: más decisões de uma eventual Administração Obama, no que diz respeito ao Iraque; conduta errada, ao sentar-se à mesa de negociações com o Irão, sem pré-condições...
A resposta da campanha de Obama foi que no início do século XXI, o Mundo debate-se com problemas que tem de resolver e será "desfiante" para o próximo Presidente resolvê-las. Com tal, conclui a campanha, não se quererá mais do mesmo, mas uma mudança.
Não sei o que Biden terá dito (talvez fosse a reiteração que os tempos difíceis virão), mas parece-me que o discurso não mudou muito: McCain ataca Obama, na política externa; Obama diz que a mudança está a chegar.

domingo, 19 de outubro de 2008

Sarah Palin no "Saturday Night Live"

Sarah Palin esteve ontem no "Saturday Night Live". Uma maneira de fazer humor e conquistar votos de eleitores.




Novo recorde de fundos: Obama consegue 150 milhões


Obama alcançou um novo máximo na sua campanha, no que diz respeito a fundos recebidos. Depois de já ter alcançado sucessivos máximos (em Agosto foram 65 milhões), em Setembro recebeu 150 milhões de dólares, de 632 novos dadores. Recordo que, devido aos excelentes números allcançados, existe uma investigação sobre a origem dos fundos.
A verdade é que Obama só no mês passado conseguiu mais que McCain durante toda a campanha, pois o candidato republicano aceitou financiamento público, que tem um máximo de 84 milhões de dólares.
Apesar de tantos dólares recebidos, a campanha ainda pede mais, pois (caso perca as eleições) "não quer chegar a 5 de Novembro, com a sensação que podia ter feito mais".

Colin Powell apoia Obama


Imagem: programa "Meet the Press"

Colin Powell, antigo secretário de estado da Administração Bush, entre 2001 e 2005 (que defendeu a invasão do Iraque), anunciou o seu apoio a Barack Obama. O republicano diz que ambos os candidatos têm capacidades para virem a ser bons presidentes, mas houve 2 preocupações que ditaram o apoio a Obama:

1) Escolha de Sarah Palin para VP - Powell considera que a "running mate" de McCain não está preparada para assumir a Presidência, caso seja necessário;

2) Questão económica - De acordo com o republicano, McCain estava inseguro quanto à questão económica, quando a crise estalou.

Colin Powell critica, ainda, a campanha de McCain. O ex-secretário de estado refere que o principal problema dos americanos é a economia e questões como Ayers servem apenas para espalhar as atenções. Powell diz mesmo que "inapropriado" sugerir que Obama seja terrorista; é ir longe de mais.
Outra crítica à campanha republicana prende-se com o facto de alguns republicanos sugerirem que Obama é muçulmano. Colin Powell responde que ele é cristão, "mas se fosse muçulmano, qual era o problema?". Não são estes o valores da América, conlui.
Para provar que não havia nenhuma diferença se Obama fosse muçulmano Powell diz que se lembra da imagem de um soldado morto no Iraque. Era americano e islâmico; morreu ao serviço da América.
No final da entrevista ao "Meet the Press", Colin conclui dizendo que pensa que, se Obama for eleito, dará um excepcional Presidente de sucesso.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Reacções democratas ao debate

Hillary Clinton e Joe Biden reagiram ao debate presidencial. Consideram que Obama venceu o debate e contestam alguns argumentos de McCain.
Clinton fala, ainda, de Sarah Palin.

Imagem : Reportagem da CBSnews

Segundo Hillary Clinton, os indecisos começam a ficar decididos, após todos os debates se terem realizado. A senadora de Nova Iorque está convencida que os americanos "não querem mais 4 anos iguais aos últimos 8.".
Clinton diz estar convencida que os americanos já se aperceberam que é Obama que melhor pode liderar o país, devido, em parte, ao seu plano económico, pois as pessoas sabem que é a economia que está em causa nestas eleições. Clinton disse estar feliz com o facto de muitos apoiantes seus estarem com Obama, apesar de alguns terem apoiado McCain (mas referiu que quem apoia McCain é um número muito reduzido).
Questionada sobre quais as receitas que os candidatos poderiam utilizar (quando chegassem à Presidência), de modo a cobrir o défice e, ainda assim, cumprirem o seu programa, Hillary respondeu que Obama tem capacidade de liderança e responsabilidade fiscal, atributos necessários para ultrapassar esta crise.
Fazendo uma analogia com Palin, a ex-candidata disse compreender que muitas pessoas a apoiem, mas referiu que a Governadora do Alasca não oferece uma necessária mudança a Washington. Segundo Hillary Clinton, não se deve votar em McCain só pelo facto de a sua "running mate" ser uma mulher.
Joe Biden disse que McCain teve uma boa frase ao dizer que se Obama queria ter concorrido contra o Presidente Bush deveria tê-lo feito há 4 anos atrás, mas relembrou que o actual candidato republicano votou 90% das vezes a favor de Bush.
Referiu, ainda, que é legítimo aumentar os impostos para as empresas que mais lucram.
Biden fez, ainda, uma alusão ao plano Paulson, que espera que surta o efeito desejado.

Exageros e mentiras no debate (Fact Check)

Foi na 4.ª feira o último debate presidencial. Até que ponto se disse apenas a verdade ou se exagerou a realidade? Em 2 peças jornalísticas a CBSnews responde à questão.

"Joe, the pumbler" foi a estrela da noite. O canalizador de Ohio, que tinha questionado o plano de impostos de Obama ouviu o seu nome mais de 20 vezes, neste debate. Os candidatos dirigiram-se para a câmara e "falaram" directamente com Joe, que representava o povo americano, ou os donos de pequenos negócios. O próprio admitiu, mais tarde, não estar à espera que o seu nome fosse tão invocado no último debate presidencial, em Nova Iorque.
Importa recordar que Joe, o canalizador, havia questionado Obama acerca do seu plano de impostos: ele, Joe, estava a pensar adquirir um negócio de canalização e esperava obter lucros de 280 000 $. Pagaria mais impostos? McCain, no debate, aproveitou a deixa para generalizar, referindo que milhões de pequenos proprietários de negócios, veriam os seus impostos aumentarem. Na verdade, são cerca de 335 000 (apenas aqueles que facturam mais de 250 000 $ por ano; há aqui um erro de Obama na definição de "pequenos negócios").
McCain referiu, ainda, que Obama se preparava para fazer com que as pessoas contribuissem mais para o sistema de saúde.
Do lado oposto, Obama exagerou a realidade (creio que a hipérbole foi intencional e o valor precisado por Obama não tinha intenção de ser rigoroso), ao referir que 100% dos anúncios de McCain eram negativos. Na realidade são 73%, mas o ponto está que, em termos percentuais, são mais os anúncios negativos de McCain, do que os de Obama, apesar deste gastar mais dinheiro com publicidade negativa (mas, como gasta ainda mais na divulgação do seu projecto, em termos percentuais, McCain gasta mais que Obama na "campanha negativa").
NOTA: O debate é o vídeo mais visto desta semana, no youtube. Pode ser visto aqui.




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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Último debate presidencial. Será decisivo?

Hoje é a última oportunidade de John McCain tentar conquistar algum terreno perdido, ou de Barack Obama, sagrando-se claramente vencedor do debate, mais facilmente poder chegar a Casa Branca.
Este último debate será em Nova Iorque.


De acordo com os analistas, McCain precisa de mudar de estratégia: os ataques pessoais não estão a resultar. Com efeito, numa sondagem da CBSnews, Obama reúne 53% das intenções de voto, contra 39% de McCain. É um valor muito mais baixo, desde que começou a política de ataque pessoal. Denota-se uma necessidade de mudança no discurso (21% de independentes mudaram a sua opinião face a McCain, durante este período de tempo). Ainda assim, há republicanos que dizem que a campanha de Obama gastou mais dinheiro em anúncios negativos que McCain (Obama tem mais dinheiro, por isso, poderá ter gasto mais, mas percentualmente foi inferior). Parece-me um discurso completamente obtuso, pois foi McCain que lançou, primeiramente, a ofensiva. Os anúncios da campanha democrata foram a resposta a esses ataques.
Hoje o debate será sobre a Economia, mas é natural que outros assuntos, como a experiência de Obama sejam tocados. Neste aspecto, um analista democrata responde que Obama apresentou experiência durante os últimos 24 anos.
A questão para a analista republicana tem que ver com o ponto fraco de McCain ser a economia. Sabendo que o momento actual é de crise, como é que McCain se pode apresentar como sendo uma solução? A resposta relaciona o tema da economia, com a reforma que uma administração McCain poderá trazer a Washington. Além disso, refere que o único problema da América não é a economia. Isso é verdade, mas será que é McCain quem apresenta as melhores propostas nas outras matérias? Depende do ponto de vista e da matéria.

A reportagem é da CBSnews.

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Sondagem CBS: O mapa eleitoral está a ficar "azul"


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Contra-Informação na campanha americana

Imagem: Campanhas republicana e democrata

Muitos americanos acompanham as eleições através da internet. Contudo, muitas vezes, há confusões que advêm dessa visita ao ciber-espaço. Acontece que é também na internet que correm rumores sobre os candidatos que não correspondem à verdade. A CNN fez um apanhado:

Obama:
não é muçulmano; não nasceu no Quénia, mas no Havai.
Biden: não abandonará o ticket, em favor de Hillary Clinton.
McCain: não disse ao programa da CBS "60 minutes" que tinha intencionalmente bombardeado mulheres e crianças vietnamitas.
Palin: não mandou retirar livros da Biblioteca de Wasilla, cidade daqual foi "mayor"; não pertence ao "Alaska Independence Party", que luta pela independência do Estado norte-americano.

Por isso, os eleitores menos atentos e esclarecidos podem ser induzidos em erro.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Entrevista de Hillary Clinton à CBS: apoio a Obama

Imagem: CBSnews

Numa pequena entrevista, de apoio a Barack Obama, que Hillary Clinton cedeu à CBSnews, a senadora de Nova Iorque falou da campanha democrata, referindo os motivos pelos quais o ticket democrata é melhor para a América que o republicano.

De acordo com as mais recentes sondagens, Obama vencerá as eleições, contudo há ainda muita campanha para fazer, propagandeando ideias e, muitas vezes, atacando o adversário, caluniando-o.
Há algumas semanas, devido a insuficientes fundos, a campanha de McCain decidiu deixar de apostar no Michigan (recordo que Obama tem à sua disposição muito mais fundos que o seu adversário e, por isso, McCain tem de escolher quais os estados em que prefere fazer um ataque mais feroz), todavia ainda continua em força na Pensilvânia. Na verdade, a parceira do ticket de McCain, Sarah Palin, esteve na Pensilvânia. Quem também tem apostado nesse estado é Obama.
Hillary Clinton esteve com o seu marido, o ex-presidente Clinton, e com Joe Biden a fazer campanha pelo ticket do seu partido.
Relativamente à campanha de McCain, Hillary apreciou o facto de McCain ter pedido aos seus apoiantes para o “tom” baixar (sabe-se, é claro, que quem primeiro incentivou este “tom alto” foi a campanha republicana que, ou muito me engano, ou continuará com a mesmíssima táctica). Porém, a ex-candidata afirmou que o principal problema desta campanha é a economia, assunto que McCain não percebe convenientemente, de acordo com a Senadora. Assim, Clinton conclui: a melhor opção é o ticket Obama –Biden.
Em jeito de comprovação da supremacia democrata no que à economia diz respeito a Senadora de Nova Iorque referiu 3 pontos no seu discurso.
Em primeiro lugar, os democratas são defensores do “mercado livre”. Por isso, consideram que não é necessário tomar demasiados riscos, nem arriscar perder dinheiro. Ora, isto só pode acontecer através da regularização do mercado, algo com o qual a maioria dos republicanos discorda (nas votações para a aprovação do “Plano Paulson” foram os republicanos quem mais votou contra). No entanto, de acordo com a visão democrata, apenas a regulação permitirá o correcto e justo funcionamento do mercado e, assim, atingir-se-á a prosperidade (2.º ponto). Clinton, uma vez mais, apela à memória da governação do seu marido, dizendo que os democratas já venceram uma crise, conseguindo, inclusive, tomar conta das contas públicas e, por isso, conseguirão fazê-lo novamente. Clinton relembra que o défice americano, quando o ex-presidente tomou posse rondava os 300 mil milhões de dólares, sendo, actualmente, a fatia superior em 100 mil milhões.
Em terceiro lugar, a apoiante de Obama apela à classe média. É para ela que o discurso de Obama se vira. Refere que esta classe está a passar grandes dificuldades, até porque, segundo crê a Senadora, a América vive uma crise económica, logo não está a haver criação de emprego.
Peremptória, Hillary Clinton sucinta todo o discurso: O ticket republicano é mais do mesmo; não oferece a verdadeira mudança, nem uma alternativa credível.
A entrevista pode ser vista aqui.

domingo, 12 de outubro de 2008

Abuso de Poder de Palin

Imagem: CBSnews

O relatório final da investigação de abuso de poder de Sarah Palin saiu há dias. Foi feito por uma equipa de membros de ambos os partidos.
Recordo que a investigação em curso tinha que ver com o despedimento de um alto funcionário, por este se ter recusado a despedir o ex-cunhado de Palin, que se encontrava em processo de divórcio letigioso com a irmã da Governadora. A conclusão é que Palin não violou a lei, uma vez que tem poder para contratar e despedir todos os funcionários que ocupam altos cargos no Alasca, contudo terá agido de forma eticamente inaceitável.
Palin diz que não tem nada a esconder e que agiu dentro da lei. Já a campanha oficialmente declara que este assunto só serve para afastar as atenções dos americanos. Até pode ser que seja, mas não será que é precisamente isso que a campanha de McCain tem feito de maneira muito mais flagrante, com insinuações que ligam Obama a Ayers? Além disso, este assunto não foi propriamente levantado pela campanha adversária.

Pôr água fria na fervura...

McCain desempenhou durante todo este tempo uma campanha negativa que chegou ao ponto de alguns apoiantes de ambos os candidatos se odiarem mutuamente.
Assim, para acalmar os ânimos, McCain disse aos seus apoiantes que Obama é "uma pessoa decente" e um "homem de família". Por seu turno, Obama declarou que o esforço de McCain na guerra do Vietname foi notável, mas ele não percebe de economia.
Entretanto, Palin falou uma vez mais do aborto e disse que Obama apoiaria um aborto de uma das suas filhas porque não queria elas fossem "punidas com um bebé". Neste caso específico concordo com Palin: ao dizer-se que as pessoas podem fazer o que quiserem, sem sofrer consequências, está-se a educar mal e a demonstrar falta de sensibilidade e de respeito pelos outros (filhos), ainda que não tenham nascido.

Bolsas 6.ª feira: Ponto de Situação

Ao fim-de-semana as Bolsas não abrem. No entanto, já amanhã poderemos verificar se os investidores começaram a ganhar confiança no sector, com a abertura das Bolsas de todo o mundo.
Na passada 6.ª feira, 10 de Outubro, o Dow Jones baixou 678,91 pontos, ficando abaixo daquilo que muitos designam de "barreira psicológica" dos 9000 pontos. É a primeira vez que tal acontece em 5 anos. Com efeito, tem-se verificado uma enorme deesvalorização das acções, fruto da especulação bolsista exagerada e dos maus investimentos realizados ao longo dos anos. Entre 1 de Outubro e 9 do mesmo mês, o Dow Jones desvalorizou quase 21% e em 1 ano a desvalorização atingiu quase 40%. Parece que o esforço desenvolvido por vários países não está a surtir efeito, uma vez que se está a aproximar uma situação de pânico. Muitos especialistas referem que se trata de um problema de medo e de confiança, uma vez que os bancos não confiam que se emprestarem dinheiro a outros, as suas dívidas serão saldadas.
No caso do Japão, o medo que existe é que as exportações para os EUA baixem. Nos últimos tempos, a bolsa nipónica perdeu 1 terço do seu valor.


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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Retrospectiva da campanha eleitoral (2) - O que aconteceu a McCain?


“O poder muda uma pessoa”. De facto, creio que o poder, ou a sua busca, mudou McCain. Podemos perguntar-nos “A que ponto é que isto chegou?”.
A meu ver, McCain era uma pessoa que parecia simpática e amiga. Quase que era impossível uma pessoa não se sentir impressionado com a sua agradável figura. Parecia ser uma pessoa racional e de princípios. Recordo-me de um jornalista do “60 minutes” lhe ter perguntado, talvez há um ano, até que ponto é que McCain não prometeria aos americanos o que eles queriam ouvir (a propósito da proposta do candidato de não retirar as tropas do Iraque). McCain respondeu que não prometeria nada aos americanos que ele acreditasse ser contra o seu benefício, independentemente da opinião pública. Foi uma boa resposta. Pode discutir-se se será positivo ou negativo retirar imediatamente as tropas do Iraque, mas o facto de se dizer que não se deve tomar essa decisão, mesmo com toda a pressão da opinião pública, poderia parecer difícil, sincero e coerente. De alguma forma, esses atributos devem constar na personalidade de um presidente. Ele não deve ser demagógico, ao ponto de fazer promessas que soam a música aos ouvidos dos eleitores, mas explicar o seu ponto de vista, de forma clara e nunca tomar decisões influenciado pela opinião pública. Obviamente que isso não quer dizer que seja ditador e que não se interesse pelo seu povo, mas antes que demonstra a capacidade de liderar e de raciocinar, ao invés de se deixar levar pelas massas (muitas vezes influenciadas pelos “media”), tomando atitudes que poderiam vir a ser negativas no futuro. Tudo isto, para demonstrar uma taxa de popularidade aceitável.
O certo é que o ritmo da campanha aumenta, as críticas ao adversário também. Começa-se a criticar por criticar. Já não interessam as opiniões do outro candidato, que é considerado sempre como um adversário e, portanto, um alvo a abater. Se houver uma declaração do adversário, deve-se atacá-la e descontextualizá-la, produzindo anúncios publicitários e repetindo sempre a mesma coisa, como se isso se tornasse realidade (é o que acontece, por exemplo, com o caso Ayers). Esta posição acaba por ser má (e é esse o objectivo) para o povo americano que começa a ficar baralhado e não esclarecido, saturado da campanha e não interessado nos problemas nacionais. Assim, apesar dos apelos ao voto, muitas vezes, deseja-se que não haja tanta gente interessada em exercer esse seu direito e, assim, pode ser que os verdadeiros filiados votem e decidam os votos do Estado. ´
McCain começa a morrer moralmente. Os seus ataques são descabidos e contribuem para uma campanha muita suja (alguns já dizem que é a mais suja dos últimos anos). A campanha de Obama responde que Mccain está desesperado e que o ticket republicano não tem nada mais para oferecer além destes ataques. O que acontece ao candidato republicano é que, ao atacar a falta de carácter do seu adversário, com frases proferidas por Obama descontextualizadas, com encontros traduzidos em amizades, acaba ele próprio por demonstrar uma enorme falta de carácter, acaba por desrespeitar a América, acaba por faltar àquilo que devemos pedir que nunca nos falte: os valores que defendemos. O que se passa com McCain? Terá ele vendido todos os seus valores com esta campanha suja, hedionda? Claro! Porquê? Por nada, assim o espero. E espero que no dia 4 do próximo mês os eleitores decidam em consciência.

Verificação da realidade das promessas eleitorais dos candidatos


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Resposta de Obama ao "Plano McCain"

Neste vídeo da CBSnews, vemos o comentário de obama relativamente ao plano proposto por John McCain de o Estado comprar os empréstimos das famílias em dificuldades, com o pagamento dos empréstimos ao banco. Obama diz o óbvio: este plano beneficia as empresas financeiras de crédito que durante anos forneceram empréstimos de alto risco, a pessoas com incapacidade de pagamento dos mesmos.
McCain, muito demagogicamente (e infelizmente sabemos que a demagogia, por vezes, funciona nos sectores da sociedade menos esclarecidos, que podem coincidir com os que estão a passar por mais dificuldades), diz que Obama também deveria apoiar os americanos. Mas, faltava o ar de sua graça, a invocação de Ayers. McCain não aprende mesmo que isso só contribui para ficar visto de uma maneira ainda mais negativa.
De referir que o dito plano gastaria ao Estado cerca de 400 mil milhões de dólares, a 500 mil milhões, ao contrário dos 300 mil milhões que McCain referia.


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Retrospectiva da campanha eleitoral (1)

Nesta primeira restrospectiva farei um pequeno resumo do que se passou, desde que ficou definido (informalmente) que McCain e Obama seriam os candidatos à Casa Branca pelos seus partidos.
As campanhas políticas são, realmente, inesperadas.
A utopia deveria ser uma campanha onde os candidatos não se atacassem pessoalmente, mas discutissem as suas próprias ideias e não as ideias que mais lhes convinham. Após essa discussão, as pessoas ficariam elucidadas sobre a visão de cada candidato para a América e, de acordo com a sua visão, votariam num dos candidatos. É óbvio que não se pode agradar a gregos e a troianos e, muitas vezes, mesmo agradando a uns, o agrado não é a 100%. Há pontos em que se concorda e outros em que se discorda.
Não digo que após se ter percebido quem seriam os candidatos que se pensasse que esta utopia seria atingível (por algum motivo se trata de uma utopia...), mas pensei que poderíamos ter uma campanha diferente.
John McCain era um candidato que não era 100% republicano: acreditava na responsabilidade humana nas alterações ambientais, não era criacionista, muitas vezes tinha votado contra o seu partido (claro que o “bipartidarismo flexível” americano o permite).
Do outro lado tínhamos Obama: um “jovem” idealista, que transmitia ideias quase que apartidárias.
Contudo, seguem-se convenções e começa a haver uma pressão maior em cima dos candidatos: ambos desejam a Casa Branca. Para McCain esta é a sua última oportunidade, para Obama uma derrota fará com que tenha uma 2.ª oportunidade dentro de alguns mandatos.
O partido democrata estava dividido e, apesar de não acreditar que Hillary Clinton tenha ficado contente por não ter sido ela a escolhida (talvez a “aclamação” de Obama tenha sido uma maneira de evitar o seu “sofrimento” a verificar quantos votos tinha tido), não tinha outra alternativa se não apoiar Obama. O partido começa a ficar unido.
Biden, um antigo candidato à presidencia, é escolhido vice de Obama. Biden conseguia colmatar falhas apontadas ao senador do Illinois: tinha experiência e percebia de relações internacionais.
No caso do partido republicano, havia um apoio relativamente ao seu candidato, mas era um apoio muito inibido. Palin terá sido uma escolha pelo seu género. A verdade é que, pelo facto de ser desconhecida e reunir todos os valores republicanos, conseguir centrar todo o partido em redor de McCain. Posteriormente, as entrevistas dadas foram um desastre. Pior ainda, o facto de apenas ter concedido meia dúzia delas.
Estala a crise e o rumo da campanha mudou…

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

"The New York Times" critica o ticket republicano


O jornal nova iorquino criticou hoje o ticket republicano pelos comentários feitos por Sarah Palin, sugerindo ligações terroristas de Obama, com Ayers, quando o democrata tinha 8 anos de idade. Na verdade, a candidata distorceu a realidade, ao não referir a conclusão do artigo jornalístico: "Não há indícios que os dois tenham sido próximos".
O jornal critica duramente McCain, ao referir que é triste que ele tenha mudado a sua atitude política, aconchegando a ideia do "vencer a qualquer custo", passando por cima e de todos. Conclui-se que esta é a campanha mais suja de todas, onde as distorções e as frases tiradas do contexto chegam ao ponto da fronteira da xenofobia contra o adversário.
Conferir o artigo da CNN.

Críticas duras de Bardot, em relação a Palin


Já toda a gente sabe que o candidato democrata à Casa Branca reune o apoio de muitas celebridades americanas, apoios até de mais (como é o caso do apoio de Lindsay Lohan que Obama, por evidentes razões, preferiu não aceitar).
Também já toda a gente sabe que se os europeus votassem nas eleições americanas, há muito que Obama estaria eleito.
Ora, Brigitte Bardot é uma celebridade do cinema francês e decidiu escrever uma carta aberta, desejando que Palin perca as eleições. O mesmo é dizer que prefere que Obama vença as eleições.
De acordo com Bardot, Palin é "irresponsável", pelas opiniões que manifesta em relação ao ambiente, nomeadamente pela sua anterior recusa na participação humana nas altrações climáticas e pela sua defesa na perfuração do Alasca, de forma a retirar desse santuário ecológico petróleo. Bardot chega mesmo a dizer que "Palin é uma vergonha para as mulheres.".
De referir, apenas, que, nestes ponto polémicos, também McCain discorda da parceira de ticket que escolheu.

Fact Check

Existe nos EUA algo que poderia ser importado para Portugal no meio jornalístico: tenta-se descobrir até que ponto os candidatos dizem apenas a verdade. Trata-se de uma maneira de as pessoas ficarem esclarecidas e evitarem ser manipuladas pelos candidatos. Vejamos o caso de alguns pontos desta semana.
A reportagem é da CBSnews.

2.º Debate: opinião dos indecisos

Aconteceu ontem o 2.º debate presidencial. Segundo os analistas ambos os candidatos tiveram prestações bastante positivas, o que, para McCain, não era suficiente. De facto, analisando os 2 debates presidenciais que houve McCain perdeu muito terreno, pois se no 1.º era a sua especialidade que era discutida (assuntos internacionais), no 2.º debate, o modelo adoptado era o seu predilecto.
Uma vez mais, de acordo com as mais variadas sondagens, Obama venceu o debate. A CBS dava-lhe uma vantagem de 13 pontos percentuais, em relação a McCain (39-26).
No vídeo que se segue, da CBSnews, ouvimos os eleitores queixarem-se que este debate não veio trazer nada de novo relativamente àquilo que eles sabiam. Muitas vezes, ficaram com as mesmas dúvidas, relacionadas, por exemplo, com a saúde, ou o Iraque.
Recomendo a leitura destes 2 artigos da blogosfera:
Para assistir ao debate, clicar aqui.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

2.º Debate Presidencial

É hoje o 2.º debate presidencial. O modelo será diferente do 1.º. Neste caso são os eleitores indecisos que irão questionar os candidatos, por isso qualquer tema pode ser discutido. Além das questões presenciais também poderá haver questões de eleitores, através da utilização do e-mail.
Normalmente é McCain quem se dá melhor com este tipo de debates. Alguns analistas consideram que Obama adopta, por vezes, um estilo de resposta, como se estivesse a dar uma aula.
Para este debate, Obama tem de se manter calmo e não cometer erros, pois encontra-se à frente nas sondagens. McCain, por sua vez, terá de dar tudo por tudo.
A palavra-chave será "ouvir" bem as questões, raciocinar e responder convenientemente.
O debate durará 90 minutos e será transmitido a partir de cerca da 1:30 da madrugada na RTP N e na Sic Notícias.
Vídeo da CBSnews. Primeiro assistirá a um anúncio e, só depois à reportagem sobre os preparativos do debate.

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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

"60 minutes" - Para perceber melhor a crise

Neste excerto do programa "60 minutes" são convidados economistas que nos explicam por que motivo existe hoje uma crise nos EUA que já se espalhou e ameaça fazer muitos mais estragos do que os que já fez. Fica claro que um dos motivos foi a "desregulação" de Wall Street.
Nota: antes de assistir à peça verá um anúncio publicitário.


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Sondagem CNN: 60% dos americanos dizem que estamos numa "depressão"

No dia em que as bolsas europeias desceram a pique (o Psi20 desceu quase 10%, naquela que foi a maior descida de sempre), saiu uma sondagem da CNN que diz que cerca de 60% dos americanos pensam que a situação que vive a Economia actualmente é de “depressão”, isto é, semelhante à situação posterior a 1929, onde o número de desempregados disparou, passou-se fome, devido, em parte, a uma desvalorização da bolsa, naquela que ficou conhecida como “5.ª feira negra”. A Economia só recuperou com Roosevelt e a sua política de “New Deal”.
Nesta sondagem é clara a importância que a economia representa para os americanos. Neste contexto, pode não ser acertado McCain dizer que pretende mudar o assunto de campanha (é certo que a economia não é o seu forte e pode pensá-lo, mas não o deve dizer, pois dá a entender que este é um assunto “entediante” e, assim, está a tentar desviar as atenções do assunto que mais interessa aos americanos). Tenho a certeza que as pessoas já perceberam as fracas capacidades de McCain nesta área.
Entretanto, o Presidente do Banco Mundial afirmou que esta crise demonstra a ineficácia do G7. Por isso, além dos Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido, também deveriam fazer parte do grupo dos mais poderosos o Brasil, a China, a Índia, o México, a Rússia e a África do Sul.

Sarah Palin comenta a entrevista com Katie Couric


A última entrevista de Palin com Couric foi considerada "desastrosa". As críticas foram imensas, não só de republicanos, como também das pessoas comuns que votarão nestas eleições. Além disso, a entrevista fez as delícias do "Saturday Night Live". Hoje, durante a campanha eleitoral, Palin referiu, em tom de brincadeira, que pretende que Tina Fey continue com o seu emprego (interpretando e satirizando a candidata).
Num tom um pouco mais sério e, sem dúvida, numa tentativa de justificar os seus resultados nas entrevistas Palin disse que estava à espera de discutir os assuntos e as questões que interessam aos americanos, ao invés de falar, por exemplo, sobre os jornais que lê diariamente.
Sem dúvida que Palin teve oportunidade de discutir os assuntos no debate que teve com Biden, contudo a minha única questão é a seguinte: "Será que os ataques pessoais a Obama correspondem a assuntos que os americanos gostariam ver tratados?". Ainda ontem Palin quase que acusou Obama de ser um terrorista...
Os comentários de Palin podem ser ouvidos aqui, na CBSnews.
UPDATE: É possível que a verdadeira Sarah Palin apareça no "Saturday Night Live", satirizando Tina Fey. Seria, também, uma maneira de ficar melhor vista, aos olhos dos americanos e, eventualmente, conseguir mais votos.