Nesta entrevista à CBS, Barack Obama falou das suas medidas para a Presidência dos EUA: diminuição dos impostos, sistema de saúde, energia, economia e Iraque. Referiu que existe um grande entusiasmos em torno da sua campanha. Não disse "Penso que vou ganhar", mas demonstrou a sua confiança numa vitória. Esclareceu a afirmação de Joe Biden, sobre a sua preparação para vir a ser Presidente dos EUA e caracterizou Hillary Clinton como sendo uma "querida amiga e uma grande apoiante".
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Após John McCain, Harry Smith entrevistou Barack Obama, numa entrevista que me pareceu mais vazia de conteúdo, em parte pela maneira como foi organizada. Pareceu-me que o jornalista da CBS acabou por não aproveitar convenientemente o tempo. Esta entrevista durou menos 2 minutos que a de McCain, que havia durado cerca de 15 minutos e, dado que no final é mostrado um vídeo, as resposta objectivas do candidato são inferiores.
Obama começa por referir que a campanha está a correr bem. Com efeito, o candidato democrata, mais do que qualquer outra pessoa apercebe-se de todo o entusiasmo, em parte traduzido pelos cheques depositados, de que a sua campanha tem sido alvo. Obama afirma que a principal preocupação dos americanos é a economia, sublinhando a necessidade de mudar de direcção, nesta matéria. Neste contexto classifica Hillary Clinton como uma "querida amiga e uma grande apoiante". Como Hillary Clinton já havia referido, os democratas já conseguiram resolver estes problemas económicos, com Clinton e vão conseguir resolvê-los novamente, com Obama. Talvez este seja um gesto de agradecimento ao empenho da ex-candidata na campanha democrata e, não esquecendo este aspecto: um apelo ao voto dos eleitores de Clinton.
A governação de Obama deverá incidir, de acordo com o próprio, numa redução de impostos, mesmo tendo Obama alterado o seu plano de impostos alguns dias antes das eleições, como se verifica no Fact Check da CNN. Obama promete, ainda, um sistema de saúde para todos os americanos e diz ser a energia e a economia as suas prioridades. O candidato democrata admite uma vitória, embora não explicitamente, ao explicitar que a sua campanha está rodeada de entusiasmo.
Relativamente à sua ausência da campanha, devido ao estado de saúde da avó, o senador do Illinois admitiu que tem um grande carinho pela sua avó que o ajudou a criar, pelo facto de a sua mãe ter sido mãe solteira. A mãe de Obama já faleceu e Obama não a viu nos últimos momentos, uma vez que não pensou que a doença fosse muito grave e tivesse um desfecho tão inesperado. Por isso, manifestando o seu arrependimento, disse que não queria cometer o mesmo erro duas vezes. Obama diz que quem não se preocupa com a sua própria família não se preocupa com os americanos.
Esclarecendo as afirmações de Joe Biden, Barack Obama disse que foi testado, durante os últimos meses, no entanto, devido aos problemas que a América enfrenta o próximo presidente será, inevitavelmente, testado.
Comentando o tom rancoroso da campanha, o candidato refere que não existe uma analogia com o que a sua campanha está a fazer e o que McCain fez. Obama conclui que por algum motivo 2 em cada 3 americanos considera a campanha de McCain negativa. Por isso, terá de haver um esforço no sentido de unir todos os americanos.
O final da entrevista está reservado para o vídeo, mas antes de se chegar aí, Obama diz que os americanos merecem um Governo melhor, que transmita decência para com as futuras gerações. Obama admite vir a trabalhar com os republicanos, caso vença, pois os americanos merecem o melhor Governo (McCain já havia admitido um Governo de cooperação, com a inclusão de alguns democratas nalguns gabinetes, devido ao facto de alguns problemas necessitarem de uma resolução conjunta, como seja o caso das alterações climáticas). O candidato democrata refere, ainda, que está satisfeito com a sua equipa de campanha.
Análise geral do conteúdo da entrevista:
A meu ver, esta entrevista foi mal conduzida. As poucas questões não focaram matérias importantes. Poder-se-iam ter aprofundado mais alguns assuntos. Não apreciei o pedido final de Harry para que Obama dissesse que aprovava o vídeo feito. Pareceu-me um pouco falta de isenção, na medida em que pelo sorriso do entrevistador, se percebia uma preferência por Obama. Penso que a estrutura das 2 entrevistas devia ter sido idêntica, pelo que não se deveria ter perdido tempo com um vídeo, mas antes haver um questionamento do candidato, sobre aspectos concretos e importantes.
Apesar de não concordar a 100% com Obama penso que é este candidato que reune uma melhor proposta económica (a maioria dos economistas considera que a proposta democrata é mais coerente) e ambiental (McCain propõe, no seu projecto energético, a construção de centrais-nuclerares; Obama debruça-se mais sobre as energias renováveis). Em medidas relacionadas com o aborto, por ecemplo, não concordo com Obama.
Penso que será Obama que vencerá as eleições, mas aconselharia alguma cautela a 2 semanas das eleições. Às vezes, quando se atiram os foguetes cedo de mais, já não há festa, por isso deve continuar a existir um empenhamento, no sentido de cativar mais eleitores e tentar vencer por uma margem mais confortável.
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