sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Hillary Clinton: A próxima Secretária de Estado?

Especula-se que Obama já terá convidado Clinton para o cargo de Secretária de Estado.
Recordo que Clinton criticou Obama durante as primárias, especialmente nas questões relacionadas com a política externa. Aliás, ambos os candidatos apresentavam algumas visões diferentes relativamente ao Iraque, por exemplo. A Senadora de Nova Iorque havia apoiado a invasão do Iraque, enquanto que o Presidente Eleito nunca a defendeu. Além disso, Obama sugeria uma retirada o mais rapidamente possível.
De acordo com esta notícia, os motivos para a escolha de Clinton terão estado relacionados com o controlo que Obama poderá exercer sobre a ex-primeira-dama, que poderia tornar-se uma voz crítica da Administração Obama. Haverá, também, certamente, um agradecimento, pelo facto de os Clinton terem feito acções de campanha por Obama.
Pensa-se que Obama deverá fazer o anúncio após o "Thanksgiving Day", que, este ano, será no dia 27 de Novembro.
Para Clinton esta será uma oportunidade de recuperar a confiança na diplomacia americana. Será, a confirmar-se, a 3.ª mulher a ocupar o cargo, após Madeleine Allbright, na Administração Clinton e a ainda Secretária de Estado, Condoleezza Rice, na Administração Bush.


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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

"60 minutes" entrevista Obama (2)

Foi a primeira entrevista de Obama, desde que foi eleito Presidente dos EUA.
À CBS, Obama falou de assuntos tão importantes, como a economia, a indústria automóvel, ou o plano Paulson. Houve tempo para descontracção e para falar nas emoções da vitória e nas mudanças que ocorrerão na Casa Branca.


A prioridade de Obama neste momento é a segurança nacional e a economia. A segunda por motivos óbvios. Quanto à primeira, pode haver algumas reticências na interpretação desta questão. De acordo com o Presidente Eleito, em momentos de transição os EUA podem sofrer ataques terroristas, uma vez que se encontram num momento mais frágil. O Presidente encontra-se em funções por apenas mais 2 meses e o eleito ainda não iniciou funções. Trata-se, por isso, de uma altura um pouco desprotegida.
Relativamente à economia, Obama pretende criar emprego e resolver a questão energética.
Analisando o contexto em que o país se encontra, o próximo Presidente afirma que é importante não só olhar para a situação actual dos EUA, mas também para o que poderia ser (mais bancos podiam ter falido, o desemprego podia ser maior). Neste contexto desfavorável, Obama refere que Paulson tem tido um trabalho incansável. Aliás, ao referir que a situação não é tão má, como poderia ser, Obama referiu que em 1932, durante a Grande Depressão, o desemprego no país rondou os 25%. Actualmente não se verifica nada desse género, no entanto tal não significa que não se actue. É fundamental actuar, mas Obama avisa que não passará nenhum cheque em branco às empresas.
Questionado sobre a gravidade da questão energética, numa altura em que os preços da matéria-prima estão a diminuir, o antigo senador do Illinois diz que o problema é dos ciclos viciosos: o petróleo aumenta de preço e, quando isso acontece, chega-se à conclusão que é preciso agir; posteriormente, pode descer e já ninguém se interessa até que se chegará a um dia em que os preços do petróleo serão insuportáveis. É importante resolver essa questão, de modo a haver progresso.
Obama pretende investir na energia, em infra-estruturas, no sistema de saúde, na educação, etc. Num outro post havia já referido a necessidade de Obama definir prioridades. Podemo-nos questionar acerca do dinheiro para resolver todos estes problemas (sabe-se que Obama reduzirá os impostos a 95% da população, pelo que o dinheiro disponível será menor, em teoria).
A resposta de Obama, penso eu, nunca seria dada em Portugal: o défice não interessará, nem durante este ano, nem durante o próximo; apenas o relançamento da economia importa. Segundo Obama existe um consenso em torno deste ponto. É importante recuperar a economia.
Sobre os mercados financeiros, Obama afirmou que é fundamental haver transparência, bem como haver uma recuperação da confiança. É, portanto, fundamental, aprender algo com esta crise.
Passando para um assunto polémico, Guantanamo, o Presidente Eleito reiterou a sua promessa de encerrar a prisão, sublinhando que o país não pratica a tortura.
Quanto ao Iraque, as tropas regressarão o mais cedo possível.
Um outro assunto importante, embora tivesse estado mais em voga durante as últimas presidenciais, prende-se com a captura de Bin Laden. Defende Obama que, ao matar (objectivo que pretende atingir) o terrorista, destruirá um símbolo e a “cabeça” de uma organização terrorista. Sobre este ponto refiro que hoje a Al-Qaeda avisou os EUA, em particular o seu próximo presidente, referindo-se a ele, como “escravo”.
Para concluir esta primeira parte da entrevista, no que concerne aos assuntos que alterarão as vidas dos americanos e do Mundo, Obama falou do seu Gabinete. O nome de Clinton veio à conversa, mas Obama não se abriu; apenas disse que no seu gabinete haverá republicanos.
Para finalizar, Obama referiu que espera poder aumentar a confiança nos americanos, mas dá um aviso: não esperem que por mudar a Administração os problemas vão miraculosamente desaparecer. Gostei deste aviso e admito que é bastante importante. Ultimamente considera-se Obama como o salvador dos EUA.
Houve, também uma referência ao mercado livre e ao facto de o Governo dialogar com os americanos, de forma a explicar o que irá fazer e, caso não resulte, mudar de estratégia. Segundo Obama, porém, os americanos não desejam discursos, mas acção.
A 2.ª parte da entrevista teve que ver com as novas experiências que serão vividas na Casa Branca, bem como com a graciosidade e simpatia com que foram recebidos pelos Bush.

Opinião pessoal:

Creio que Obama fez um aviso importante: não é nenhum Messias.
A maioria das suas ideias foi reiterada: é necessário agir na Economia e no sistema de saúde.
Discordei apenas da política externa, relativamente a Bin Laden. Não me parece que ao matar o terrorista a Al-Qaeda acabe. Poderá, talvez, gerar um sentimento de vingança. Defendo, apesar disso, que a tentativa para a sua captura deve continuar, mas não tenho a ilusão que o terrorismo ou essa organização terrorista irá acabar. O problema não tem apenas que ver, do meu ponto de vista, com Bin Laden, mas com uma mentalidade de ódio que é propagandeada. É também aí que se tem de agir.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

"60 minutes" entrevista Obama (1)

Em baixo encontra-se a 1.ª entrevista ao Presidente Eleito, Barack Obama, realizada no Domingo passado, 16 de Novembro. A entrevista tem a duração de, aproximadamente, 40 minutos e foi um sucesso de audiências, com 24,5 milhões, a melhor audiência do programa, em 9 anos. Nela, Obama fala de assuntos do país, como a Economia, ou a Segrança Nacional, mas também da sua vida pessoal, nomeadamente do facto de, a partir de agora poder estar mais tempo com a família (antes vivia em Washington DC, uma vez que era Senador e a sua família vivia em Chicago).
Amanhã farei uma análise à entrevista.


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terça-feira, 11 de novembro de 2008

Prioridades de Obama

Obama terá de lidar com importantes desafios na Casa Branca. Como se sabe, o défice americano é imenso, tendo aumentado durante a Administração Bush.
O Presidente Eleito diz que as suas prioridades são a aposta nas energias renováveis, o sistema de saúde (há quem fale em Hillary Clinton para se encarregar desta área, como Secretária da Saúde), Educação e a diminuição de impostos para a classe média.
Alguns economistas dizem que não é possível fazer tudo ao mesmo tempo e, ainda durante a campanha, havia quem considerasse que o plano das energias renováveis era demasiado ambicioso. Por isso, economistas aconselham Obama a definir as suas prioridades, de acordo com o que sabe que irá correr bem, ou seja, como não pode actuar imediatamente em todos os domínios, por falta de recursos financeiros e não só, deve concentrar-se em determinadas áreas, conseguindo alcançar os objectivos a que se propõe. Caso contrário, nas eleições intermédias de 2010 poderá ser responsabilizado.

Apenas mais uma nota: fala-se de Bill Gates (Microsoft) ou de Vint Cerf (Google) para chefiar o gabinete de tecnologia de Obama. Pessoalmente, penso que não deveriam ser escolhidas estas personalidades, apesar dos conhecimentos que, devido às empresas com as quais estão relacionados, têm de possuir. Às vezes, o dinheiro e o poder funcionam demasiado bem juntos.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Obama visita a Casa Branca

É uma tradição o Presidente em funções dar a conhecer a Casa Branca ao Presidente eleito. Foi isso que aconteceu com Bush e Obama, com uma quase "pré-passagem de testemunho".


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Bush, Obama e as respectivas Primeiras Damas (a ainda em funções Laura Bush e a próxima, Michelle Obama) tiraram a foto para a imprensa. Ambos os casais sorriram, mas o enconto a que os media tiveram acesso foi curto. O real encontro aconteceria na Sala Oval, com um Presidente que apresenta uma taxa de aprovação das mais baixas de sempre, 27%, e o próximo que ainda está nos 70%.
A este primeiro período de "enamoramento" dos Americanos com o novo presidente, os analistas dão o nome sugestivo de "lua de mel".

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

CBS: Análise histórica dos Afro-americanos

Maya Angelou é uma escritora que foi entrevista por Harry Smith. É conhecida por ter escrito contos, onde dava a conhecer a discriminação a que os afro-americanos estiveram sujeitos durante muitos anos. A escritora falará após uma reportagem. Ela elogia Obama, dizendo que é inteligente; refere que está muito orgulhosa do seu país que está crescer e elegeu um presidente negro.



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Discurso de vitória de Obama: análise

"Dream", "hope", "yes, we can" foram palavras/expressões que dominaram toda a campanha de Barack Obama. No discurso final também marcaram presença, tal como muitas celebridades, como Oprah Winfrey.


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Obama começa por dizer que será o Presidente dos Estados UNIDOS da América. Existe uma desmistificação de diferentes Américas. Não há a América dos brancos, negros, indígenas, etc. A América está toda unida e irá mudar.
Também Obama elogia McCain: é um homem que ama o seu país e fez sacrifícios que ninguém pode imaginar. Por isso, Obama espera vir a trabalhar com o candidato republicano.
Obama começa com os agradecimentos mais cedo, dizendo que ama Michelle, elogiando Biden e mostrando-se grato pelo empenho de todas as pessoas que fizeram parte da sua campanha.
A vitória democrata é uma vitória para todos os americanos, na luta contra as guerras e a crise. Barack Obama lembra que, no momento em que estava a falar, no momento em que estou a escrever e no momento que o leitor estiver a ler, há soldados no Afeganistão e no Iraque, a defender a América. Há, então, novos desafios para o país: promover a paz, fazer investimentos a nível de educação, resolver a questão energética, etc. Segundo o Presidente eleito (que tomará posse em Janeiro) estes são problemas graves que não serão resolvidos apenas num ano, ou num mandato. Além disso, o Governo não poderá resolver todos os problemas, mas Obama compromete-se a ouvir as pessoas, principalmente nos pontos de discórdia. Haverá, assim, uma "reconstrução" da América, no patriotismo, sacrifício e responsabilidade.
Citando o presidente republicano Lincoln, Obama referiu que a América deve ir no caminho do progresso, aprendendo com esta crise: "quando Wall Street está bem e Main Street [a economia real] está mal, algo está errado.".
Obama encoraja o povo americano, referindo os valores que os guiam: democracia, paz, esperança e liberdade.
De modo a fazer a ligação passado-presente, Obama dá o exemplo de uma mulher, Ann Nixon Cooper, uma afro-americana de 106 anos que votou nestas eleições, mas que, durante grande parte da sua vida foi privada desse direito, por ser mulher e por ser afro-americana. Houve mudanças. Irá haver mais mudanças, porque se acredita que podemos concretizá-las ("yes, we can"). Muito mudou o Mundo desde o nascimento dessa senhora, houve muito progresso, em tecnologia e ideais: criação de aviões, chegada do homem à lua, destruição do muro de Berlim. Também estas eleições foram históricas, tal como, assim espera o Mundo, o legado de Obama. O objectivo do Presidente Obama será abrir portas de oportunidades, para os descendentes.
Obama termina o discurso com uma palavra de esperança.
Também este foi um bom discurso (embora seja mais difícil fazer um bom discurso de derrota), resumindo os pontos da campanha de Obama e os valores que defendeu e pretende aplicar na América: sonho de prosperidade, esperança, segurança,...
Agora, já eleito, Obama terá de tentar corresponder às expectativas das pessoas, principalmente na resolução dos problemas económicos, pelos quais o país passa. A Administração Bush, disse já que, nesta passagem de testemunho, estará disponível para cooperar com o novo presidente. Bush terá já convidado Obama a instalar-se na Casa Branca.
Reacções à vitória de Obama na CBS e na CNN.

Discurso de derrota de McCain: análise

Jonh McCain mostrou toda a sua classe no discurso de derrota. Admitiu que perdeu, desejou felicidades ao Presidente Obama e mostrou-se disponível para ajudar.
Após uma campanha em que o tema da discriminação racial não esteve em cima da mesa, McCain referiu, igualmente, que a América já ultrapassou a sua fase racista.


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Ontem, em Phoenix, Arizona, McCain discursou brilhantemente e mostrou os valores que possui. De facto, como havia reflectido antes, parecia-me que McCain estava a esquecer muitos valores que não se devem esquecer, todavia, durante a noite passada, num discurso que me pareceu sincero posso dizer que McCain este ao seu melhor nível. Começou por referir que a América tinha-se pronunciado claramente, ao eleger um presidente para o país que ambos amavam. O seguimento do discurso pode dividir-se em 3 parte, mais os agradecimentos.
Na primeira parte, McCain elogia Obama, referindo que o Senador de Illinois inspirou homens e mulheres na América e, por isso, McCain admira-o.
Numa segunda parte, o candidato republicano caracteriza estas eleições como sendo históricas. McCain reflecte sobre a mudança que se operou na América: pela 1.ª vez um afro-americano foi eleito americano. Os tempos mudaram e todas as pessoas são cidadãos.
No seguimento deste raciocínio, McCain diz que lamenta que a avó e a mãe de Obama não tenham sobrevivido para o verem e se sentirem orgulhosas dele.
Segue-se a 3.ª parte que tem que ver com os desafios que Obama terá de enfrentar na Casa Branca. McCain alerta para os tempos difíceis que aí vêm e mostra-se disponível para cooperar com a Administração Obama. Incita os seus apoiantes para fazerem o mesmo: é necessária a união dos americanos, para restaurar a prosperidade e a segurança dos EUA.
Finalmente, nos agradecimentos, McCain agradece o apoio, afirmando que a derrota é sua e não dos apoiantes (pessoalmente considero a derrota do GOP - "Great Old Party", embora, evidentemente, McCain não o devesse dizer em público). Finalmente agradece a Palin, e à sua família. O Senador do Arizona diz que Palin terá um futuro promissor, reformando e combatendo a corrupção.
Ao encerrar o seu discurso, John McCain diz que Obama e Biden terão a honra de guiar a América, país que McCain continua a amar e que não se irá render às vissicitudes. Segundo o candidato republicano, não há espaço para arrependimentos, nem indagações sobre "O que é que aconteceria se eu tivesse feito isto ou aquilo na campanha?".
Apreciei bastante o discurso de McCain. Vale a pena vê-lo. No início da reportagem da CBS, nos primeiros 10 segundos, não se ouve uito bem, mas depois o audio fica perfeito.

"O efeito Palin"

Sarah Palin foi uma escolha arriscada. McCain te-la-á escolhido como sua "running mate" por 2 motivos: para unir a base conservadora do seu partido que não o apoiava convictamente e para tentar que algumas mulheres votassem no ticket republicano. Parece-me exagerado dizer que McCain perdeu devido a esta escolha arriscada, mas, segundo uma sondagem da CBS, Palin terá contribuído para que algumas pessoas votassem em Obama.



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Parece-me exagerado dizer que McCain terá perdido devido a Palin, pois o assunto que mais dominava a agenda mediática, a partir de finais de Setembro, foi a crise de Wall Street. As pessoas começaram a ficar preocupadas e consideraram que deveriam votar em alguém que apresentasse, em seu entender, as melhores propostas a nível económico. No entanto, existiu um efeito negativo da escolha de Palin.
Após a escolha de McCain, Palin gerou um interesse súbito: ninguém conhecia a Governadora, com mais de 80% de popularidade, do pequeno estado de 8000 habitantes, do Alasca. Sarah Palin fez bons discursos, mas revelou-se incapaz de responder convenientemente às questões feitas por entrevistadores, nomeadamente por Katie Couric, da CBS. Quando a campanha republicana a deixou livre para responder a questões dos jornalistas, já era tarde!
Assim, a CBS conlui que 46% dos republicanos moderados admitem que Palin foi um factor a ter em conta no seu voto (21% dos republicanos moderados terão votado em Obama). Nos independentes, a percentagem de inquiridos que admitem ter votado em Obama, devido à escolhade Palin, foi 58. Neste contexto conclui-se que a Governadora do Alasca terá provocado algumas perdas para o seu ticket.

44.º Presidente dos EUA: Barack Obama


A CNN apresenta-nos estes resultados das eleições de 2008. Barack Obama será o 44.º Presidente dos EUA. Dos estados que ainda estão a processar os resultados, Carolina do Norte, Indiana e Missuri, Obama está a liderar nos 2 primeiros, sendo que McCain lidera no Missuri.
Como se pode ver na reportagem da CBS, este é um momento histórico na história do país. As pessoas estão muito entusiamadas. Obama, após vencer Hillary Clinton nas primarias e ter conseguido a nomeação democrata, derrotou McCain.



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terça-feira, 4 de novembro de 2008

Fidel Castro elogia Obama


Fidel Castro, com 82 anos, anunciou, numa entrevista que espera que Obama vença as eleições. Declarou, também, que só agora fez estes elogios, para que eles não se tornassem num tema de campanha.
Fidel Castro afirmou que com McCain o mundo estaria em guerra. Além disso, caracterizou McCain como sendo um "velho" e "belicoso". De acordo com Fidel, Obama é mais inteligente e culto. As propostas de Obama, em relação a Cuba são mais vantajosas que as de McCain.

4 de Novembro de 2008

Creio que será uma data a fixar.
Obama votou em Chicago, Illinois.
Biden, em Dellaware, na Pennsylvania.
McCain, em Phoenix, no Arizona.
Palin em Wasilla, no Alasca.
Após a votação, Palin referiu, a propósito do caso Troopergate (Palin alegadamente teria ordenado o despedimento do seu ex-cunhado, que entrara em divórcio litigioso e pretendia a guarda dos filhos) que sempre fez o melhor pelo povo do Alasca e para manter a trabalhar as melhores pessoas para servir o Alasca (entretanto chegou-se à conclusão que Palin não terá agido de maneira errada).

Ficam as fotos da votação (Imagens The Huffington Post*):

*A foto de Sarah Palin foi retirada da CNN.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Madelyn Dunham 1922-2008


Faleceu, hoje, vítima de cancro a avó materna que criou Obama.

domingo, 2 de novembro de 2008

Comediante canadiano fez-se passar por Sarkozy e enganou Palin

Palin foi enganada por um comediante canadiano (Sebastien Trudel) que se fez passar pelo Presidente Nicholas Sarkozy.
O programa na rádio canadiana, chamado "Vingadores Mascarados", já fez deste género de chamadas para o próprio Sarkozy, Chirac e ainda Britney Spears.
Sebastien Trudel telefonou para Palin e teve uma conversa com ela, num inglês, com uma pronúncia francesa muito carregada. Creio que este comediante estava literalmente a "gozar com a cara de Palin". Acho que também é um pouco passar dos limites. "Sarkozy" (Sebastien Trudel ) até afirmou que Carla Bruni a queria conhecer e que ele também era perito em negócios estrangeiros, por ver a Bélgica de casa. Palin, de certeza, a certa altura, ter-se-á sentido desorientada.
A candidata afirmou que ela e McCain gostavam muito de Sarkozy e que daqui a 8 anos podia candidatar-se. Palin mostrou-se igualmente confiante numa vitória.
A chamada telefónica pode ser ouvida em baixo.

"American Stories, American Solutions: 30 Minute Special" - Análise ao documentário de Obama

Como prometido, fica aqui uma análise ao documentário de Obama.

Este documentário foi eficaz: dirigiu-se ao americano comum, apresentou as propostas de Obama, nas questões energética, económica, internacional e de sistema de saúde. Além disso, houve uma pequena biografia de Obama, o que permitiu à classe média a sua identificação com Obama.
Nunca se dirigiu ao adversário e, assim, centrou-se nas suas medidas.

Imagem retirada do documentário de Obama

O documentário de Obama está bem conseguido. O candidato não refere as medidas propostas pelo adversário e não faz campanha negativa. De facto, todo o documentário se centra nas medidas de uma eventual administração Obama.
Logo no início, existe uma noção que Obama conhece o país e as reais dificuldades dos americanos. O candidato democrata diz que viajou, com Michelle, pela América e conseguiu aperceber-se das dificuldades por que passam os americanos todos os dias. A partir desse momento, desenvolvem-se exemplos de dificuldades do americano comum. Exemplifica-se pelas dificuldades de uma mãe, que comprou uma casa e as prestações ficam mais difíceis de pagar. São proferidas palavras de esperança pelo Senador do Illinois, retiradas de debates realizados com McCain ou da aceitação da nomeação democrata, em Denver. Obama diz que as boas ideias e o trabalho devem ser premiados. Assim, como proposta para melhorar a vida desta mãe, existe a redução de impostos. A sua medida é apoiada por Governadores de Ohio (terra de “Joe, the Plumber”), Kansas e Massachusetts. O Governador de Ohio afirma que Obama pretende reduzir os impostos a quem necessita.
Um outro exemplo que se segue tem que ver com um casal afro-americano que se aposentou e os medicamentos que consome não são comparticipados. Obama diz que os reformados merecem o respeito de todos, pois o que recebem ganharam-no, enquanto trabalharam.
A enumeração dos problemas do país continua com a questão energética e aposta de Obama nas energias renováveis. O Iraque também chega à conversa e Obama diz que não se pode aceitar que os gastos com o país sejam tão excessivos. Segundo Obama, o dinheiro seria melhor aproveitado se fosse investido em hospitais, escolas, etc.
O voto dos latinos é igualmente importante. A 3.ª história é de uma mulher latina que tem 2 empregos. Fala-se da Reforma educativa.
Posteriormente começa a dar-se a conhecer o homem Obama, moldado a partir da ausência do seu pai, marcado pela morte da mãe. O exemplo dos seus avós também é dado, como defensores da liberdade, na 2.ª guerra mundial. Ao mesmo tempo, foram-lhe transmitidos os valores americanos. De seguida fala Michelle Obama e são mostradas imagens de família, em que Barack é mostrado como pai presente. São feitos elogios a Obama, por parte de Senadores.
Finalmente justifica-se a escolha de Biden, como um homem que é perito em relações internacionais e que não esquece as suas raízes humildes.
O documentário acaba com palavras de esperança e de trabalho e empenho. No entanto, a meu ver é deixada uma boa advertência: Obama não é perfeito, não será um presidente perfeito, mas ouvirá os americanos e será honesto.

Opinião pessoal sobre o documentário:
O documentário está bem conseguido. Existe uma tentativa de mostrar quem é o homem que se candidata à presidência dos EUA: o seu passado, as suas dificuldades, …
Ao mesmo tempo, existe uma aproximação ao americano comum e à classe média; existe uma aproximação à classe trabalhadora e às dificuldades por que passam. Esta aproximação, dada através de exemplos é bem conseguida.
O documentário está, também, muito bom nos pormenores: Obama fala para a câmara, como se estivesse a falar directamente para o telespectador, a música que acompanha as histórias dá um sinal de esperança e mudança, que serão, evidentemente, encarnadas no candidato democrata. Algo que considero positivo é o afastamento total do adversário. Durante os quase 30 minutos não se refere uma única vez o nome de McCain, Palin, ou outro qualquer personagem da campanha republicana.
Além disso, de modo a conferir credibilidade às propostas democratas, existe uma aprovação por parte de Governadores.
A meu ver, apesar das quantidades exorbitantes que se gastaram neste documentário, ele esteve muito bem estruturado em todos os pontos: deu a conhecer as propostas para ultrapassar as dificuldades que os americanos enfrentam. Porém, penso que um erro da campanha de Obama é este constante elogio e exaltação à mudança e à esperança. Creio que as expectativas das pessoas, em relação a Obama estão muito elevadas e medidas de uma Administração Obama que não vão na direcção da resolução dos problemas da classe média poderão ser mal aceites. Quando se espera muito de alguém, a probabilidade de se sair decepcionado é maior, pelo que, caso Obama seja presidente, terá de cumprir o que prometeu.

McCain no "Saturday Night Live"

Depois de Sarah Palin, foi a vez de McCain ir ao "Saturday Night Live". Aí, fez uma aparição com Tina Fey (atriz que satiriza a candidata a vice-presidente republicana). Ambos tentaram vender produtos relacionados com a campanha: facas McCain-Palin, ou champô, ou bonecos "Joe, the Pumbler", ou Joe Biden, ou mesmo joias (estas últimas vendidas por Cindy McCain).
No final, "Palin" (Tina Fey) aparece, dando a entender que McCain irá perder as eleições, por isso, a partir de 5 de Novembro estarão à venda t-shirts "PALIN 2012".
Existe mais um vídeo e o último são os bastidores.





sábado, 1 de novembro de 2008

Curtas: tia de Obama e comício de Palin

1) Uma tia paterna de Barack Obama, Zeituni Onyango, vive, há 4 anos, ilegalmente, nos EUA. Pediu asilo político mas, há 4 anos, foi-lhe negado por um juiz. Apesar disso, continuou a viver numa casa governamental.
Acontece que esta tia de Obama contribuiu para a campanha democrata com 265 dólares. Apenas cidadãos americanos podem contribuir. A campanha decidiu devolver o dinheiro, dizendo que o
“timing” da notícia foi suspeito (a 3 dias da eleição, quando Obama está à frente nas sondagens).

2)
A propósito da "campanha negativa" de McCain,
Biden afirmou que nunca pensou que McCain o fizesse.

3) McCain foi "retirado" do ticket, por alguns apoiantes de Palin. Como se pode ver na
imagem aqui, os apoiantes da “running mate” de McCain, usaram cartazes como “Florida is Palin Country”. O nome de McCain não constava dos cartazes.

Informação CNN

Retrospectiva da Campanha (3) - Ponto de Situação

Esta sondagem da CNN mostra que, à partida Obama terá cerca de 203 votos eleitorais "definitivos", mais 88, de estados que ainda não estão seguros. Assim, a previsão da CNN é uma vitória de Obama, se as eleições fossem até hoje, com cerca de 291 votos eleitorais.
Muito tempo passou desde o anúncio de candidatura de ambos os candidatos (republicano e democrata). Muito provavelmente, há 2 anos, ninguém esperava que Obama, com a sua intenção de mudar Washington conseguisse a nomeação democrata. De facto, todos apontavam para a experiente Hillary Clinton que, depois, se viu forçada a apoiar Obama e fazer campanha por ele. Na verdade, creio que as dívidas que contraiu devido à sua campanha são as grandes responsáveis por hoje Obama ter Bill e Hillary a fazerem campanha por ele.
Do lado republicano, a certa altura, também ninguém acreditava que McCain conseguiria a nomeação. A sua campanha estava a actuar à "maneira Bush", sem cuidado nenhum nos gastos que ia fazendo. Para manterem em funcionamento o "Straight Talk Express" (autocarro que ia em direcção às pessoas, para lhes dar a conhecer o programa eleitoral) gastavam 10 mil dólares por dia. O autocarro estava equipado com tudo e mais alguma coisa, incluindo plasmas. Resultado: a certa altura já quase não tinham dinheiro. McCain conseguiu recuperar e conseguir a nomeação. Esta foi mais uma prova, além do escândalo de Keating, que McCain conseguia sobreviver aos momentos mais adversos. Apesar disso, houve um erro de cálculo de McCain. O sendador do Arizona desejava ser Presidente dos EUA. Em 2000 perdera a nomeação para Bush e, desde então, apoiara a maioria das medidas do executivo. Via-se como o sucessor de Bush. Neste contexto, a estratégia democrata de comparar McCain a Bush é bem conseguida. O erro de McCain residiu, a meu ver, precisamente na premissa que Bush seria um Presidente amado ou que, de alguma forma, deixaria saudades. Assim, seria necessário haver alguém que fosse como Bush, para o substituir.
O que os americanos desejam, porém, não é mais do mesmo. Bush apresenta uma taxa de aprovação muito baixa. A maioria dos americanos não gostou deste últimos 8 anos e, desse modo, a necessidade de mudança veio com Obama. Será, no entanto, legítimo questionarmo-nos sobre o motivo pelo qual Kerry não foi eleito em 2004. Na verdade, o candidato democrata liderava as sondagens até haver o que muitos designam de "surpresa de Outubro". É quase como que algo que tem de acontecer sempre e que muda a intenção de voto dos eleitores. Disperções à parte, bin Laden divulgou um vídeo, em que dizia que a segurança dos americanos estaria nas suas mãos. Ora, a segurança nacional, que não era o ponto-chave da campanha, passou, subitamente, a ser. Bush vence.
Já não é possível uma "surpresa de Outubro". Se "tem de haver" surpresas em Outubro em todas as eleições presidenciais, essa "surpresa" foi a crise financeira. Foi a partir desse momento que Obama passou a liderar mais confortavelmente as sondagens.
Neste momento, a campanha democrata está a viver um sentimento de sucesso: Obama lidera, por larga margem nas sondagens e a perspectiva de o partido liderar no Congresso, por uma margem superior à das eleições intercalares de 2006 é bastante superior. Com todo o financiamento da campanha democrata, o senador do Illinois, dá-se ao luxo de investir em praticamente todos os estados, incluindo os tradicionalmente republicanos ou mesmo o estado dos seu adversário, o Arizona. McCain, por consequência, vê-se obrigado a defender as hostes republicanas ficando, por isso, com menos dinheiro para investir em publicidade nos estados que tanto podem ser azuis, como vermelhos.
Este facto não impede o Senador do Arizona, habituado a algumas vicissitudes (como sejam o facto de, perante a falta de financiamento da sua campanha nas primárias, ter tido de viajar em classe económica) de fazer campanha em estados que espera vencer: Ohio e Pennsylvania. Para se ter uma noção do quanto estes estados são importantes para os republicanos, repare-se que, nos últimos dias, McCain e Palin estiveram em campanha nestes 2 estados cerca de 24 vezes! O ticket democrata ficou-se pelas 7. McCain diz que os resultados se fazem sentir nas sondagens, com uma aproximação ao Senador de Illinois. Neste contexto de final de campanha é necessário repetir as ideias, frisá-las, uma vez mais, não vá o adversário confundir os eleitores. Com efeito, McCain diz que tanto Obama, como ele próprio discordam de Bush, mas Obama pretende aumentar os impostos e McCain reduzi-los. Obama responde que ninguém verá um aumento dos seus impostos, a não ser que tenha rendimentos, por ano, superiores a 250 mil dólares.
Além da reiteração da mensagem é necessário encontrar apoiantes convictos (conhecidos ou não). Ambos podem ajudar: os primeiros indo a comícios, pedindo pelo voto dos eleitores (acontece, no caso democrata, com Hillary Clinton, Bill Clinton ou Al Gore e, no caso republicano e mais recentemente com Schwarzenegger, em campanha com McCain no Ohio); os segundos, nas sedes de campanha de cada estado ligam para casa das pessoas e bendizem o candidato que apoiam, apontando farpas ao adversário. Ao mesmo tempo, o apoio dos jornais também se revela de extrema utilidade e, às vezes, quando o apoio é de pessoas ligadas ao campo adversário, o dia até é melhor passado (Colin Powell apoia Obama, mas para o caso de não chegar, para que as pessoas fiquem convencidas, há muitas celebridades que também o apoiam, desde algumas bem tidas em conta, como Oprah, até outras, cujo apoio é de desconfiar, caso de Lohan).
Assim, neste últimos dias, o que mais interessará será mesmo a questão económica, com Obama a liderar. Penso que é cedo para os democratas festejarem e será bom que não deitem os foguetes antes da festa, mas, a meu ver, esta eleição ficará na nossa memória, como o embate entre os homens que ninguém esperava que conseguissem a nomeção: o que renasce das cinzas e o que supera as espectativas. Vamos ver como ficará marcado o legado do vencedor na Casa Branca.

Recomendo a visualização da reportagem da CBSnews.


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