Há já algum tempo atrás coloquei aqui uns anúncios da campanha eleitoral. Os anúncios então colocados estão já ultrapassados na campanha. Entretanto têm surgido novos anúncios, principalmente da campanha de McCain.
Num post anterior, vemos que a apresentadora do "The View" pergunta a McCain, sobre os anúncios: "Do you really approve them [the messages in the ads]?". Isto porque se considera que o que é dito não corresponde à verdade. Muitas vezes trata-se de citações de discursos, completamente descontextualizadas. Numa primeira fase, se não prestarmos atenção ao contexto em que tal citação foi retirada, poderemos pensar como é que o candidato X ou Y pôde dizer isso.
Por isso, a maioria dos anúncios não são éticos, a meu ver. Trata-se de uma maneira negativa de manipulação das pessoas. Estes directores de campanha não se interessam pelo que o candidato adversário quis dizer, mas antes por aquilo que soa mais polémico (daí haver distorções do discurso, como a do "lipstick on a pig"). Esta não é, de todo, uma campanha positiva, nesse aspecto. Por outras palavras, McCain afirmara que o que lhe interessava era a discussão das ideias. É algo muito bonito de se dizer e seria melhor ainda se fosse cumprido, contudo não é. Os "ads" não se baseiam na discussão de ideias ou na divulgação de opiniões sobre os mais variados assuntos que preocupam os americanos. Assuntos como a economia, ambiente, saúde e política internacional, assuntos tão mais importantes que a baixeza que é os ataques pessoais (conhecida na análise do discurso como a Falácia Ad Hominem), não são divulgados.
Actualmente nada acontece a quem promove estes ataques. Na Grécia Antiga havia o ostracismo. Este é um caso claro de demagogia, em que este castigo seria aplicado.
Neste momento, na América, não existe nenhum "castigo", a não ser o "castigo eleitoral". Espera-se que as pessoas não se concentrem naquilo que é fútil, como seja o apanhado de frases descontextualizadas e eventuais calunias sobre adultério ou chamadas de atenção de para filhas grávidas adolescentes. Isto são polémicas que nada têm de positivo na discussão do futuro da América. Por isso, que não se pense que é algo exclusivo da campanha de McCain. Não, na de Obama também existe, embora, por vezes e nestes últimos dias, não tão flagrante. Obama admitiu lançar novos anúncios dentro em breve. A ver vamos o que dizem, se é mais do mesmo não obrigado!
Neste contexto, não vislumbro um futuro de cooperação na Casa Branca, como desejava McCain (apesar dos anúncios que têm sido lançados pela sua campanha e que faltam à verdade), a não ser, é claro, que se cruzem interesses. Relembro apenas que a união Hillary/Obama é algo que interessa aos 2. Os votos de Hillary interessam a Obama. Por outro lado, a Hillary interessam as doações dos apoiantes de Obama, devido aos prejuízos financeiros da sua campanha.
Por tudo isto, "we need a change", mas não apenas de retórica. Precisamos de uma mudança na maneira de fazer política, porque parece que o que vem primeiro não é País, mas a nomeação para Presidente, mesmo que o País e o Mundo saiam prejudicados.