terça-feira, 23 de setembro de 2008

Entrevista de McCain ao "60 minutes"

Cicando na imagem, segue para a entrevista de McCain à CBS.

O programa jornalístico da CBS, “60 minutes”, entrevistou os 2 candidatos à Casa Branca.
Na entrevista com McCain, foram discutidos assuntos importantes para os americanos, com a inevitável questão económica e a guerra no Iraque; foi feita uma análise à Administração Bush (que será analisada num outro post); e ainda houve tempo de McCain defender Palin na questão da NATO e da Geórgia. Durante a entrevista, McCain dirige-se aos eleitores, explicitando o que o distingue de Obama.


Começando pela Economia, McCain sublinha o que se tem referido há algum tempo, desde a crise de Wall Street. O Mundo está a passar por momentos difíceis. No entender de McCain, é preciso chegar à raiz do problema. E, o problema começa com a falta de confiança dos americanos, em parte devido a Wall Street. Assim, conclui McCain, o contrato entre o capitalismo e os americanos foi quebrado. Em última instância, isto deve-se à corrupção. Neste contexto, começam algumas críticas a Bush, embora moderadas. É importante não esquecer que McCain se precisa de afastar a ideia da continuidade de uma terceira Administração Bush caso ganhe as eleições, numa altura em que 68% dos americanos não aprovam a anterior Administração. Assim, McCain reafirma, uma vez mais, que Chris Cox deveria fazer as malas” da “Secutirities and Exchange Commission”. No seu lugar, McCain proporia a entrada de um democrata, que fez parte da Administração Clinton: Andrew Cuomo. Não é de estranhar que McCain proponha um nome democrata, uma vez que o próprio já referiu que, apesar de haver alguns assuntos, em que não partilha da visão de Obama, o país e o Mundo enfrentam questões apartidárias. McCain elogia Cuomo, referindo que o seu trabalho com Clinton foi bom (“He did a good job.”).
Relativamente às diferenças que existem entre McCain e Obama, o candidato republicano diz que defende uma baixa de impostos para toda a população (no caso de Obama, a diminuição dos impostos visa a classe média e não os mais ricos, que verão a sua contribuição para o Estado ser agravada).
Todavia, surge imediatamente uma questão: Se o défice se encontra nos 400 mil milhões de dólares, será “sensato” diminuir os impostos? Como é que se faz para poupar dinheiro? McCain responde que se devem eliminar agências governamentais, incluindo alguns sectores da defesa, que não são, no entender do republicano, necessários.
Além disso, McCain acusa Obama de vir a desenvolver uma política de gasto excessivo. A retirada das tropas do Iraque, apontada por Obama, é igualmente criticada. McCain diz que “Isso levaria ao caos”, numa altura em que ainda não se sabe até que ponto estarão controlados a violência e outros problemas relacionados, também, com a invasão do Iraque. Ainda relacionado com assuntos bélicos, McCain defende o envio de 12 000 tropas para o Afeganistão.
Nesta entrevista McCain falou de Palin. Disse que, sendo Governadora, ela percebia de economia; tinha diminuído os impostos no Alasca. Apesar de se ter encontrado com ela poucas vezes antes de a ter convidado, diz ter seguido a sua carreira e afirma que a sua escolha foi o melhor para o país. Quando o jornalista questiona McCain sobre a possibilidade de Palin vir a ser Presidente, se lhe acontecer algo, McCain diz que ela está preparada.
A propósito da desproporção de entrevistas a que Biden acedeu, quando comparado com Palin (89 contra 2), McCain diz que Palin irá dar mais entrevistas e fala do entusiasmo da população que a recebeu.
Quanto à polémica questão da entrada da Geórgia e da Ucrânia para a NATO, McCain mostra-se a favor e reafirma o Palin disse: caso a Geórgia pertencesse à NATO e pedisse ajuda, seria obrigação dos aliados actuar. McCain, no entanto, para evitar polémicas, afirma que esta declaração não é uma declaração de guerra. Estamos no campo do hipotético.
Sobre a “guerra preventiva”, o candidato afirma que é “óbvio” que se tivesse informação credível, com absoluta certeza, que um país se preparava para atacar os EUA, embarcaria numa jornada bélica.

Sem comentários: